*Por Camila Blumenshein
Pastel de carne e queijo, biscoito frito, disco de carne, pão de queijo e bolo de cenoura.
Estas eram as delícias que faziam parte do cardápio da tradicional Lanchonete Oásis, no Jardim América, em Goiânia, e que foram muito apreciadas pelos frequentadores fieis do local, também conhecido como Bar do Japonês.
Weber Nunes de Paiva e sua esposa Nair Kushi comandaram por anos o negócio, herança deixada pelo pai de Nair, um japonês que montou a lanchonete na Avenida T-7, quando a região ainda nem era asfaltada, em 1974.
As receitas feitas durante os 44 anos foram as mesmas da época em que o japonês Sukenobu Kushi abriu a lanchonete.
Segundo, Weber, elas eram peças importantes do sucesso do negócio.
“Depois que assumimos a lanchonete, quando meu sogro morreu, tentamos variar o cardápio, expandi-lo, mas os clientes gostavam mesmo era do lanche antigo, tradicional. Era o que vendia”, contou Weber.
Conforme o relato, Sukenobu, que ficou conhecido como Antônio Japonês, veio para o Brasil quando tinha 30 anos, com o sonho de comprar uma fazenda.
“Ele chegou a ter uma fazenda no Paraná, mas depois acabou vindo para Goiânia, onde teve a ideia de montar o negócio, que foi o primeiro do tipo na região”, lembra.
Antônio Japonês casou-se no Brasil com uma japonesa.
Quando o empresário morreu, a filha e o genro assumiram o negócio.
Weber passava o dia todo trabalhando com as vendas e o atendimento aos clientes, enquanto Nair comandava a produção.
O segredo do negócio, segundo Weber, era a soma dos itens bom atendimento, controle de qualidade e preço acessível.
“Sempre falava aos meus funcionários que aqui o cliente é rei. Sou exigente com isso”, destaca.
Tradição
A tradição era uma característica forte da Lanchonete Oásis, que recebeu este nome porque na época em que foi criada, a região onde foi construída se chamava Conjunto Oásis.
“Tínhamos clientes que lanchavam com seus filhos, que vinham com os pais deles quando eram pequenos. O ambiente era muito familiar”, conta Weber.
Taxistas, motoboys, políticos, serventes de pedreiro, empresários. Pessoas de várias classes sociais frequentavam a lanchonete de Weber, e conforme diz, todos eram atendidos da mesma maneira.
“Muitos taxistas de Goiânia me conhecem e até o ex-prefeito Paulo Garcia já lanchou lá”, falou.
Apesar do sucesso, o casal de empresários já teve de enfrentar problemas com o negócio.
Há alguns anos a Agência Municipal de Transportes (AMT) proibiu o estacionamento ao longo da Avenida T-7 e por não terem onde estacionar seus veículos, muitos clientes deixaram de frequentar o local.
“A AMT fiscalizava todos os dias a avenida, e isso afugentou um pouco os nossos clientes, que não tinham opções de local para estacionar”, recorda.
“As pessoas foram dando um jeitinho de vir para não ficarem sem o lanche que elas tanto gostavam”, conta orgulhoso.
Contudo, a lanchonete fechou em 2018 e Weber foi morar no interior de Goiás.
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