Atraso educacional – Um colégio em Virginia (EUA) entrou na mira dos defensores de direitos animais devido ao cruel e perigoso uso de mascotes vivos durante eventos esportivos. Em quase todos os jogos de futebol da escola ao longo dos últimos nove anos, o Louisa County High School tem feito leões desfilarem, apertados em pequenas gaiolas, diante de centenas de espectadores aos gritos. As informações são do The Dodo.
De acordo com o The Daily Progress, a tradição da escola começou em 2005, quando alguns alunos pediram ao departamento de atletismo que “adquirisse” um leão de verdade, afirmando que isso adicionaria um toque exclusivo para os seus jogos nas noites de sexta-feira. Segundo a reportagem, o treinador da equipe de futebol na época conhecia uma pessoa que poderia ajudar a cumprir o estranho pedido – o pastor de sua igreja.
O Dr. Jim Lavender, da Igreja Metodista Discovery United, era um ex-treinador de animais de circo e tinha licença para tutelar animais selvagens. Ele logo prontificou-se a oferecer os seus grandes felinos para que fossem incluídos nos espetáculos esportivos da escola, e tem feito isso desde então, algumas vezes levando dois animais ao mesmo tempo para os jogos.
Veja o vídeo que mostra o confinamento do leão em uma minúscula jaula:
“Nós fazemos um monte de coisas boas para atrair os fãs para cá, seja o leão, o túnel, os fogos de artifício, ou o canhão, ou o leão que cospe fogo”, disse o atual diretor Jon Meeks. “Eu acho que nós fazemos um bom trabalho ao promover um ambiente familiar no colégio”.
Apesar do barulho e das multidões nesses eventos, Lavender insiste que os seus leões são participantes dispostos a tudo, dizendo: “Nós deixamos o animal decidir. Se o animal não apreciar fazer algo, não o obrigamos”. No entanto, um outro vídeo do YouTube, postado em 2009 e que pretendia mostrar um mascote explorado pelo colégio, sugere o contrário.
No vídeo breve, um leão conhecido como Bubba é visto rosnando e agressivamente arranhando as barras de seu minúsculo recinto depois de um homem ter se aproximado e esfregado a gaiola. Com base nos ruídos, parece que a intenção dele foi a de agitar o animal.
No início deste mês, a divisão de educação humanitária da PETA, chamada TeachKind, abordou a utilização de leões na escola e exortou os administradores a reconsiderar a prática. Em uma carta ao diretor Lee Downey, o grupo observa que a exibição de leões realizada desta forma é perigosa para as pessoas e para o animal.
“Um jogo de futebol turbulento não é lugar para um animal selvagem estressado e perigoso”, escreve o grupo.
“Usar um animal como acessório não é apenas cruel, mas também perigoso. Um animal em sofrimento vai defender a si mesmo sob o mínimo sinal de ameaça. Não há quantidade de treinamento ou experiência suficientes para fazer parar um predador quando este se vê na necessidade de exercer o seu comportamento natural”.
De acordo com uma lei local para a manutenção e exposição de animais selvagens, é proibido exibi-los de uma forma que possa permitir o contato físico direto com qualquer pessoa “a não ser sob o cuidado direto e controle do manipulador”. A PETA diz que vai acompanhar a situação nas próximas semanas.
O The Dodo tentou contatar Lee Downey para que ele comentasse a carta da PETA, mas não conseguiu localizá-lo.
Lavender, por sua vez, está defendendo a continuação do uso de leões em jogos de futebol da escola, independentemente das preocupações manifestadas pela ONG. ”Nós não agredimos os nossos animais, não abusamos deles e não os confinamos desnecessariamente. Eles têm uma dieta fabulosa”, disse ele. “Mas nem tudo isso poderá satisfazer um extremista dos direitos dos animais”. (ANDA)
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