Com o destino político da presidente Dilma Rousseff praticamente selado – o jogo só acaba quando termina – é bom lembrar aos supostos vencedores e derrotados que a luta continua. O regime democrático sempre enfrentará percalços que irão lapidá-lo para encarar novos desafios. O mesmo partido que protagonizou o movimento para a derrubada de um presidente da República, há 24 anos, hoje qualifica ação semelhante como golpe.
Forças de esquerda e de direita simplesmente trocaram de lado no balcão. Já o PMDB, como acontece desde o término do Governo Sarney (1990), não abre mão do papel de equilibrista para levar vantagem sempre. Desta forma a troca de acusações entre militantes chega a ser infantil. Recomendo aos apaixonados de plantão o trecho de uma música que define bem o quadro atual, de preferência a parte em que o livro dos tempos pode ser lido “de trás pra frente ou de frente pra trás”. Dá no mesmo.
O Fim da História
Gilberto Gil
Não creio que o tempo
Venha comprovar
Nem negar que a História
Possa se acabar
Basta ver que um povo
Derruba um czar
Derruba de novo
Quem pôs no lugar
É como se o livro dos tempos pudesse
Ser lido trás pra frente, frente pra trás
Vem a História, escreve um capítulo
Cujo título pode ser “Nunca Mais”
Vem o tempo e elege outra história, que escreve
Outra parte, que se chama “Nunca É Demais”
“Nunca Mais”, “Nunca É Demais”, “Nunca Mais”
“Nunca É Demais”, e assim por diante, tanto faz
Indiferente se o livro é lido
De trás pra frente ou lido de frente pra trás
Quantos muros ergam
Como o de Berlim
Por mais que perdurem
Sempre terão fim
E assim por diante
Nunca vai parar
Seja neste mundo
Ou em qualquer lugar
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