O ex- presidente Luis Inácio Lula da Silva venceu com facilidade o prêmio “Algemas de Ouro”, uma azeda honraria que se destina a premiar o político mais corrupto do País. Ele venceu, quem diria, profissionais tarimbados nos vulcões da putrefação que sangra o contribuinte. O ex-senador Demóstenes Torres, mesmo com expressiva votação que o colocou em segundo lugar, obteve um terço dos votos. Dizem que Sergio Cabral vai longe porque ficou em terceiro lugar, mesmo sendo um neófito nas lides da maracutaia.
O experiente Renan Calheiros, que conhece todas as artimanhas do submundo da bandalheira, foi citado mas sequer arranhou a liderança de Lula. Inconformados com a injustiça, os idealizadores da enquete decidiram entregar um troféu extra ao deputado Paulo Maluf, uma espécie de pai e mãe das patifarias nacionais. Ninguém chiou porque o homem merece.
Resta saber por que Lula, sendo apontado como papa da corrupção tupiniquim, continua sendo imbatível em qualquer eleição que enrascar seus bigodes? Sob o risco de enfrentar a fúria de muitos patrícios, mas sem rodeios no estilo Freud explica, entro de sola na resposta: brasileiro adora corrupto. Não pode ser outra coisa.
Fosse o contrário, nenhum dos ícones da perversão nos cargos públicos se perpetuaria nas funções que exigem referendo nas urnas. Eleição após eleição, eles se esbaldam com votos fartos e mais do que dispostos a continuar a saga do assalto ao dinheiro da viúva.
Considerando que Lula se afundou em denúncias cabeludas, que vão desde uma amizade colorida com a tal de Rosemery – que chafurdou na lama da velhacaria – a uma nebulosa relação com os calabouços do mensalão, não houve surpresas com sua posição no pedestal da trapaçaria.
O que o lulapetismo raivoso não podia prever é que ainda existem brasileiros que pensam de forma independente. Com as centrais sindicais na algibeira e UNE no cabresto, via generosas verbas que garantem interesses umbilicais e a eterna gratidão do Movimento dos Sem Terra, parecia ato certo que nenhuma entidade de representação popular fosse capaz de questionar o senhor de todos os votos.
Mas eis que surge o diabo das redes sociais com sua imprevisível autonomia. Os fanáticos vão continuar insistindo que se trata de uma atuação a favor da burguesia e dos golpistas. Tudo com auxílio da mídia que ajudou a divulgar o protesto, claro. Quanto a Lula, certamente aceitaria de bom grado as algemas, caso fossem mesmo de ouro. Poderia vendê-las para auxiliar os condenados na quadrilha do mensalão.
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