Marginal de problemas e vaidades
O que não faz a falta de maturidade e bom senso quando o assunto deveria merecer atenção especial. Milhares de motoristas olham pra um lado e enxergam o Crea-GO alardeando sérios riscos quanto à manutenção da Marginal Botafogo. Do outro lado a Prefeitura de Goiânia garantindo que não há maiores motivos para preocupação. O cenário, entre as duas avaliações, é apreensivo: fissuras no asfalto, frequentes desmoronamentos e o canal totalmente tomado pela água nas últimas tempestades.
Debate que não leva a nada
A verdade é que se trata de mais uma guerra de vaidades entre poder público e entidade da área de engenharia. Ambos deveriam caminhar juntos e estabelecer cooperação técnica para encontrar soluções a curto e médio prazo. Mas um não aceita a opinião do outro. Preferem se comportar como cão e gato. A discussão geralmente é travada pela mídia com muito falatório e raríssima argumentação técnica, sem laudos isentos e esclarecedores. O blá-blá-blá costuma durar até o fim do período chuvoso.
O importante é discordar
Quem não se lembra dos debates acalorados entre o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-GO) e a Prefeitura de Goiânia em relação ao projeto da trincheira da Praça do Ratinho e, posteriormente, sobre o viaduto das avenidas 85 com T-63? Renderam muitas manchetes, troca de acusações e zero de colaboração entre as partes. O mesmo engenheiro Francisco Almeida, hoje no comando do Crea-GO, já ocupou a Secretaria Municipal de Obras e costumava discordar frontalmente das sugestões de entidades.
Crueldade e restrição
O brutal assassinato da economiária Cibelle de Paula Silveira, 31 anos, durante tentativa de assalto nas proximidades da BR-060, entre Goiânia e Abadia, expõe a tensão da prática esportiva sem a segurança necessária. Ela percorria uma trilha ao lado do marido na noite de segunda-feira quando dois bandidos a abordaram em busca da bicicleta. Atiraram na cabeça, sem dó nem piedade. Não será surpresa se, em pouco tempo, sobrar ao cidadão indefeso a única opção de se exercitar na sala de casa.
Reféns do despreparo
O 9º Anuário de Segurança Pública, baseado em estatísticas de 2014, constatou que a polícia do Rio de Janeiro, proporcionalmente, é disparada a que mais mata no país. Depois aparecem Amapá, Alagoas, São Paulo e Pará. Dois exemplos ratificam a liderança carioca no ranking de mortes cometidas por policiais: medo e revolta no semblante dos moradores e os sucessivos pedidos de desculpas do governador e do secretário de Segurança Pública em função de abordagens desastrosas. Uma guerra de consequências imprevisíveis.
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