Mais um desenrolar da história do indígena que teria sido expulso de um ônibus em Goiás na última terça-feira, 7. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o motorista do veículo afirmou que a versão dada pelo homem não é verdadeira.
Segundo o motorista, sua jornada começou em Uberlândia, cidade onde reside, às 3h20 da manhã de terça, e seguiu viagem após contar os passageiros e concluir que tudo estava dentro do esperado.
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Já às 6h, como de costume, foi realizada a parada para o lanche, em um posto de combustível localizado às margens da BR 153, em Goiatuba. Ao final dessa parada de meia hora, todos os passageiros embarcaram quando o motorista teria sido procurado pelo indígena da tribo Xavante, Sancler Towara Tsorote, que o informara que gostaria de descer do ônibus.
Surpreso e visando proteger-se de qualquer represália, o motorista então teria solicitado a presença de algumas testemunhas. Mas o indígena desistiu do pedido e ingressou no ônibus seguindo viagem para Goiânia.
Complicação
Foi aí que, segundo o motorista, 5 km à frente o indígena começou a se debater e a incomodar diversos passageiros e que, próximo de Morrinhos, ele começou a implorar para descer. O motorista teria pedido para que aguardasse, pois o deixaria no posto da PRF.
Entretanto, como o indígena estava em uma forte discussão com um outro passageiro, ele optou por parar o ônibus no trevo de acesso a Morrinhos, quando o passageiro Sancler desceu, pegou um objeto o lançou no ônibus, sem causar danos.
Veja no vídeo ao lado, gravado por um passageiro, o momento que o homem desce do veículo.
Preconceito
O relato do indígena, porém, é diferente. Ele procurou a PRF de Morrinhos, na BR-153, relatando ter sido abandonado às margens da rodovia. Segundo Sancler, ele teria caminhado 9 km a pé até chegar no posto da PRF, que o acolheu, o alimentou e o conduziu até a delegacia de polícia civil para prestar depoimento. Ele alegava ter sido vítima de preconceito. No vídeo abaixo, confira o relato do homem.
Agora
A PRF entrou em contato com a Polícia Civil que informou que não havia delegado plantonista e que o motorista se apresentará espontaneamente no dia de hoje, quando será colhido seu depoimento para a elucidação do caso. A documentação confeccionada pela PRF foi encaminhada para a Polícia Civil.
O motorista alega que foram feitos alguns vídeos que comprovam sua versão e ficou de disponibilizá-los à PRF. Contudo, ainda não o fez. Segundo a PRF, eles serão divulgados assim que chegarem.
Se a versão do indígena for comprovada pela investigação, o caso seria enquadrado em crime grave de obstar o acesso a transporte público a alguém por razão de deficiência física, raça, etnia ou religião.
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