Registro da Corrida dos Árbitros que percorreu vias importantes de Goiânia, como a Leste-Oeste e a República do Líbano
Bem-estar e equilíbrio físico. Ricardo Matos experimenta essas sensações quando calça seu par de tênis e sai para correr.
O jovem de 30 anos faz parte de uma geração que os historiadores Neil Howe e William Strauss definiram de millenials: indivíduos que nasceram entre 1981 e 1995 e que, entre outras características, querem competir uns com os outros e desafiar a si mesmos.
Os integrantes dessa geração querem vivenciar as experiências on e offline de forma completa, inclusive no esporte.
E é por isso e por promover a integração social que, atualmente, as corridas de rua crescem no Brasil.
Nos últimos anos meses, Matos participou de dezenas corridas em Goiânia.
Segundo estimava da Federação Goiana de Atletismo (FGAt), Goiás realiza, em média, 40 provas durante o ano.
Cada competição atrai cerca de 1200 atletas, pontua Genivaldo José Caixeta, um dos líderes da FGAt.
Dessa forma, as corridas de rua estão se tornando eventos de entretenimento para toda a família, tanto para os participantes das provas como também para os espectadores que acompanham as chegadas emocionantes, dramáticas e disputadas das competições.
Por este motivo, surge a preocupação quanto as medidas de proteção e segurança coletiva adotadas pelos organizadores dessas provas.
De acordo com a FGAt, além da preocupação com o percurso, os promotores devem solicitar previamente o acompanhamento das autoridades policiais, providenciar licenças e atestados técnicos, manter a presença de equipes médicas para casos de emergência e, principalmente, contratar seguros para resguardar os atletas contra possíveis acidentes.
Eduarda Arantes, diretora da Icesports, empresa que realiza em Goiânia a Maratona em Movimento, destaca que os seguros voltados para os eventos esportivos são fundamentais porque cobrem as despesas médicas, hospitalares e odontológicas em caso de imprevistos.
“Os seguros permitem que os atletas realizem as provas e as maratonas sem preocupações. Estamos no mercado desde 2009 e compreendemos a importância de contratar apólices que ofereçam assistência médica e protejam os participantes durante todo o trajeto”, diz.
Para Matos, o jovem competidor que abre esta reportagem, os atletas que participam das provas em espaços urbanos precisam estar resguardados, uma vez que ficam expostos a inúmeros perigos ao longo do caminho.
“O atletismo é uma atividade dinâmica que oferece diversos tipos de riscos, como possibilidades de quedas e acidentes gerais. Por isso, é indispensável que os eventos ofereçam formas de prevenção e auxílio em situações inesperadas”, argumenta.
No entanto, apesar de representar uma medida de segurança, evitando que possíveis eventualidades causem prejuízos, muitas competições ainda são promovidas sem a cobertura de seguros e sem a permissão da Federação Goiana de Atletismo, que é o órgão máximo da modalidade no estado.
“Com o fenômeno de expansão das corridas de rua, registramos a realização de eventos clandestinos, especialmente em municípios do interior do estado. Além disso, muitos organizadores colocam em risco a integridade física dos atletas ao ignorar o Código de Trânsito Brasileiro, que estabelece a contratação de seguros contra riscos e acidentes em favor de terceiros para as provas realizadas em vias públicas”, alerta Genivaldo Caixeta, da FGAt.
Eduarda Arantes explica, portanto, que não há justificativas para que os empreendedores que atuam nesse mercado em ascensão deixem de contratar os seguros.
“As apólices que protegem os organizadores das corridas contra eventualidades que eles mesmos podem ser responsabilizados fazem parte da etapa de gerenciamento de riscos, são bem acessíveis e não representam mais que 1% do valor investido na realização dos eventos. Depois de realizar 55 provas, entre maratonas, circuitos, duathlon e corridas cross, considero que a antecipação estratégica, a prevenção e o planejamento para mitigar os riscos das atividades esportivas são ações decisivas para evitar transtornos futuros”, sustenta.
Cobertura dos Seguros para Eventos
Além de amparar vidas, as coberturas direcionados para os eventos esportivos oferecem proteção contra danos corporais, materiais e morais para todo o público presente, incluindo os espectadores, e para os profissionais contratados para executar os serviços de montagem e desmontagem das estruturas das competições.
Neste contexto, a corretora de seguros e liderança do Sindicato dos Corretores de Seguros de Goiás (Sincor-GO), Vera Lúcia Campos Fornari, defende que os Seguros para Eventos, que são utilizados nas corridas e também em ações corporativas, sociais e religiosas, protegem contra eventuais demandas financeiras e contribuem com a consolidação da imagem das empresas junto à opinião pública.
“Possíveis prejuízos materiais são recuperáveis, mas prejuízos à imagem de uma marca relativos à falta de segurança são irreparáveis. Por essa razão, a contratação de proteção securitária para eventos demonstra uma atitude responsável por parte dos organizadores e respeito aos participantes e à marca da empresa. Um evento segurado reflete profissionalismo e qualidade da sua marca no atendimento ao público”, ressalta Fornari.
Ela reforça ainda que os profissionais que promovem as corridas de rua e outros eventos têm a obrigação de se precaverem contra os riscos que crescem na mesma proporção em que aumenta o número de participantes. “É imprescindível cumprir todas as exigências que permitam evitar e minimizar os riscos de acidentes, bem como estar preparando para agir de forma adequada caso fatos inesperados aconteçam”, acrescenta.
“A legislação precisa ser aperfeiçoada. O PLP 1/2015, que está em tramitação no Congresso Nacional, servirá como um poderoso incentivo para que os próprios organizadores atuem no reforço da segurança e para que as seguradoras possam contribuir com o controle das regras estabelecidas em lei. Todos precisam ter responsabilidade em resguardar a vida e a integridade física das pessoas que participam de eventos e em buscar alternativas para evitar a ocorrência de desastres”, finaliza a corretora.
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