O Brasil passa pela sua pior crise político-econômica após a era Collor! As televisões, rádios, jornais e revistas fazem questão de nos lembrar disso diuturnamente. O que a impressa esquece de lembrar- talvez por não dar tanto ibope- é que, após o confisco da poupança, a corrida aos bancos, a hiperinflação e o impeachment do início dos anos noventa, veio um período de estabilidade –FHC- e, logo após, um período de crescimento –Lula. Como diria o ditado, “após a tempestade, vem a bonança”. E ela veio para nós!
Crescimento de país emergente
Os mais críticos podem até dizer que demoramos demais pra deixar a casa em ordem naquela época. Afinal, foram dois anos do Governo Itamar Franco, mais oito do Governo Fernando Henrique – dez no total- para, enfim, termos condições de ter um crescimento digno de país emergente, chegando aos 7,5% em 2010.
Não tiro a razão dos críticos! Eles tem argumentos para lá de convincentes para terem essa visão sombria acerca do nosso futuro. Mas vou pedir licença ao profetas do Apocalipse! Eu prefiro ser otimista! Já conseguimos uma vez – em uma situação bem pior que a atual. O que nos impede de conseguir novamente?
Nosso país nunca foi referência de grandes políticos, grandes governos ou algo que se aproxime disso. Somos um grande país não por causa dos nossos governantes, mas sim, apesar deles! Sempre foi assim! Desde a época de Dom João é assim. Não vai mudar! Pelo menos, não no curto prazo. O que nós precisamos fazer é voltar a acreditar no nosso país, nas nossas empresas, no nosso trabalho. Em última instância, o que nós precisamos é voltar a acreditar em nós! Quem faz o Brasil é o povo brasileiro e não nossos políticos!
Precisamos parar de reclamar da carga tributária elevada
Ok, ok, eu sei que a Dilma não tem ajudado! Ok, além de não ajudar, ela ainda atrapalha! Não é fácil conviver com um governo corrupto, perdulário e incompetente. Eu sei disso! Você também sabe! Mas não é por isso que vamos entregar os pontos. Precisamos parar de reclamar da carga tributária elevada, da falta de mão de obra qualificada, da infraestrutura precária, do enorme spread bancário. Nós já temos muitos problemas. Está na hora de encontrarmos as soluções!
Precisamos parar de nos queixar do dólar elevado que vai adiar nossas compras em Miami e começar a pensar que vai ajudar as exportações e, consequentemente, melhorar nossa balança comercial. Os juros elevados e o crédito escasso travam a economia, mas certamente oferecem oportunidades interessantes para quem está capitalizado. Se está todo mundo atrás de dinheiro, quem o possui dá as cartas, certo?
Quer seja nas famílias, nas empresas ou nos países, as crises derrubam os fracos e fortalecem os fortes! É isso que nós precisamos: ser fortes! Se quisermos sair fortalecidos dessa crise, precisamos utilizá-la em nosso proveito. E só existe uma maneira de fazermos isso: mudando nossas atitudes! São vários os países que viveram crises bem piores do que a qual estamos vivenciando neste momento. Todos os países que conseguiram a proeza de sair dela melhor do que entraram, tem algo em comum: eles aprenderam com seus erros!
Se pensarmos em um cenário mais amplo, para o Brasil sair da crise e conseguir entrar nos eixos novamente, nossa querida Presidenta e sua trupe precisa mudar de postura. Porém, não podemos ficar reféns da boa vontade de um governo que se notabilizou pela sua má vontade com os brasileiros e com o setor produtivo, em particular. O que nós precisamos para sair dessa crise é fazer a nossa parte e parar de esperar a Dilma fazer a parte dela. Precisamos aproveitar a crise para tornar nossas empresas mais bem geridas. Precisamos melhorar nossa produtividade, reduzir nossos custos ao máximo. Precisamos investir – mesmo que de forma parcimoniosa- para que quando a economia voltar a crescer – e ela vai- nós estejamos à frente da nossa concorrência!
Cada moeda tem dois lados
O que precisamos basicamente, é entender que cada moeda tem dois lados e pararmos de só olhar para o lado ruim. É nosso papel enquanto empreendedores, trabalhadores e, sobretudo, brasileiros levar esse país para frente, apesar de quem esteja na presidência agora ou daqui a quatro anos!
O nosso problema, é achar que os culpados estão em Brasília! Quer saber onde está o culpado? Procure o espelho mais próximo! Só existe uma maneira de mudarmos o país e não é fazendo impeachment! Precisamos fazer o que está ao nosso alcance e parar de reclamar do outro que não fez a parte dele. Considero as manifestações extremamente válidas e saudáveis! Um verdadeiro ato patriótico! Mas depois de colocar uma camisa do Brasil, levar seu cartaz, quase perder o fôlego assoprando seu apito me diga, o que você fez? O que você fez de verdade? Acho extremamente válido que milhões de pessoas saiam às ruas para reivindicar melhorias, transformações. Se você foi um dos que saiu às ruas, meus parabéns! Mas, me desculpe, isso não é fazer sua parte.
Fazer nossa parte é mostrar nosso descontentamento com o atual estado das coisas, mas agir para que isto mude. Está todo mundo gritando que o Brasil está pegando fogo, mas ninguém se dá ao trabalho de jogar um mísero balde d’água para apagar o incêndio! Estamos todos esperando o corpo de bombeiros. O problema é que esqueceram de nos avisar que os bombeiros somos nós. E enquanto isso, o fogo vai se alastrando. O que nós estamos esperando? O que você está esperando?
Temos que ser menos reativos e mais proativos. Temos que parar de ver o copo meio vazio e começar a vê-lo meio cheio. Precisamos saber que para termos uma vida melhor enquanto indivíduos e como população de uma maneira geral, não podemos depender de a, b ou c. Só depende de mim! Só depende de você!
Samuel Magalhães é Consultor Financeiro e Palestrante na área de Finanças Pessoais e Investimentos.
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