As críticas ao comportamento do padre Luiz Augusto não podem ser definidas como julgamento prévio ou crucificação antecipada. Ele simplesmente deveria ter assumido perante a opinião pública que ficou 20 anos recebendo como servidor efetivo da Assembleia Legislativa sem comparecer ao local de trabalho. Como missão religiosa e assessoria parlamentar são incompatíveis, o debate ficaria restrito ao caminho tortuoso escolhido pelo padre para executar centenas de ações sociais, beneficiando milhares de pessoas.
Com Luiz Augusto cada mergulho é um flash, ou melhor, cada entrevista é uma história
Seguidores do líder religioso se apegam ao resultado positivo do trabalho social para defendê-lo, contudo não escondem o mal estar com as intermináveis versões apresentadas. Com Luiz Augusto cada mergulho é um flash, ou melhor, cada entrevista é uma história. Já admitiu, voltou atrás, mencionou conta bancária, plano de saúde, tentativas de obter exoneração, aquisição de medicamento e por aí afora. O padre autossuficiente e impreciso da primeira entrevista ao jornal “O Popular” deu lugar a um cliente mais humilde e orientado por advogados nas respostas ao programa “Fantástico”.
O debate público está longe de terminar, com o agravante dos cerca de R$ 3 milhões em salários recebidos e que naturalmente irão prolongar o impasse jurídico. É muito dinheiro para ser devolvido, algo que já assegura uma longa lista de novos capítulos a uma novela que agora desperta a atenção não apenas em Goiás, mas em todo o país. O enredo é digno de Janete Clair, eterna referência em sucessos televisivos: religião, política, ética e transparência.
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