Ter um plano para aposentadoria evita perda de identidade, autonomia, além de capacidades vitais, como memória e raciocínio
Por Marco Faleiro
Desde a mais tenra infância, estamos acostumados a responder à pergunta: o que você quer ser quando crescer? Se nossos planos de criança fossem cumpridos, teríamos uma sociedade composta apenas por jogadores de futebol, bombeiros, professores, médicos e astronautas. Mas as respostas seriam diferentes e até mais difíceis se a pergunta fosse “o que você quer ser quando… envelhecer?
De acordo com o mais recente relatório do Ministério da Previdência Social, divulgado em dezembro de 2013, o Brasil tem quase 26 milhões de aposentados. Ou seja, mais de 10% da população brasileira. Boa parte desses vários aposentados deixou efetivamente de trabalhar. E você, será que está preparado para quando chegar a essa fase e ter de enfrentar as muitas horas livres que a falta da rotina de trabalho vai deixar?
Com 23 anos, a publicitária Gabriela de Oliveira pretende viajar pelo Brasil e pelo mundo quando não estiver mais trabalhando. Já a estudante de direito Luciana Carvalho, 19, planeja aproveitar os anos de aposentadoria para escrever. Porém, a verdade é que ninguém tem a real dimensão do que é envelhecer.
Expectativa de vida
Segundo o IBGE, os brasileiros têm uma esperança de vida ao nascer de 74 anos. Já o mercado nacional de seguros de vida estima que o homem brasileiro vive em média até os 86 anos e a mulher, até os 89 anos. Considerando que um trabalhador se aposenta aos 65, sobram 21 anos de vida.
No caso da mulher, que se aposenta aos 60, são quase 30 anos. É muito tempo para ficar ocioso, sem nenhum interesse ou atividade regular. “Sem fazer nada, o declínio das capacidades vitais (entre elas, as intelectuais, como memória e agilidade no raciocínio) acontece muito rapidamente”, afirma a doutora em planejamento de saúde com foco na terceira idade Kylza Estrella.
Hobbies
Para manter a saúde física e mental, geriatras e outros médicos recomendam que o idoso mantenha uma rotina de exercícios. As atividades podem envolver ginástica (caminhada, natação, etc.) ou simples lazeres intelectuais (leitura, cinema, etc.).
O hobby, inclusive, pode acabar se tornando um dos melhores remédios para a depressão, mal que atinge grande parcela da sociedade. Segundo estimativa do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, cerca de 15 a 25% das pessoas passam por pelo menos uma crise depressiva ao longo da vida.
Mas é sempre importante ressaltar que, antes de iniciar qualquer atividade física, é necessário consultar o médico sobre quaisquer restrições que possam existir.
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