O tempo e o interesse vão virar
Daqui três semanas, no máximo, a reclamação generalizada contra o calor de 40º vai ceder espaço ao turbilhão de críticas sobre buracos e alagamentos em ruas e rodovias. Entra ano, sai ano e as autoridades públicas, municipais e estaduais, ignoram o dever de casa de um gestor responsável, qual seja, adotar medidas preventivas e planejadas para evitar que o cidadão seja penalizado.
Na prática, infelizmente, o que se vê é o aposto. Já pipocam nas redes sociais imagens de verdadeiras crateras nas rodovias que cortam o estado. O mesmo acontece em dezenas de ruas de Goiânia, alternando buracos de pequena e média dimensão. “Três colegas foram obrigados a recorrer ao borracheiro para consertar a roda danificada”, destacou um taxista que tem ponto no Shopping Flamboyant.
Foco em 2016
Nem mesmo quando a estiagem se prolonga alguém toma iniciativa. A Coluna Giro do jornal “O Popular”, edição desta quinta-feira, informou que a Prefeitura de Goiânia criou grupo especial para organizar ações que previnam o período chuvoso de 2016. Isso mesmo, você não entendeu errado. Depois de praticamente nada fazer este ano, as autoridades municipais decidiram alardear preocupação com entupimento de bueiros apenas no ano que vem.
O pouco de trabalho que foi realizado até o momento deve-se à cobrança de veículos de comunicação que relatam diariamente casos de bueiros entupidos e significativa quantidade de lixo espalhada nas ruas e calçadas. É por essas e outras que a expressão “Goiânia encardida” tem incomodado tanto as autoridades de plantão justamente no mês que deveria ser apenas de festa pelo aniversário de 82 anos.
Transtornos nas rodovias
Com o Governo do Estado, no caso específico da Agetop, não é diferente. Jayme Rincón, presidente do órgão, admitiu recentemente que não havia previsão de recursos suficientes no caixa para a manutenção da malha viária durante o período chuvoso. Motoristas que trafegam nas regiões sul, sudeste e central de Goiás já sofrem na pele os transtornos pela falta de planejamento na conservação das rodovias.
Mas uma coisa é certa: ano que vem tudo muda, afinal o eleitor terá encontro com as urnas em outubro. Nesses momentos a cobrança é intensa e não pode haver o mínimo espaço para amadorismo, sob risco do agrupamento político sofrer baixas consideráveis. É aquele período em que os candidatos disputam no tapa a prerrogativa de resolver todo e qualquer tipo de pendência.
Por essas e outras que a reeleição se configurou no pior dos males políticos no Brasil. O interesse e a dedicação do governante têm prazo de validade. Fora dele, só resta rezar para que o desleixo público não nos inclua no amplo grupo de futuras vítimas.
Discussão sobre isso post