Detentos da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no complexo prisional de Aparecida de Goiânia, estão sem água há quase uma semana.
A informação foi revelada com exclusividade ao Folha Z pela mãe de um detento, preso na ala C da unidade.
Segundo a mulher, que preferiu não se identificar, não há água para higiene pessoal e nem para beber desde último domingo, 4.
Ainda de acordo com a ela, os detentos coletam água da chuva por meio de baldes para que possam se banhar e matar a sede.
“NÃO TINHA ÁGUA EM QUASE NENHUM CANTO”
“Levei um balde para para meu filho captar água da chuva e poder pelo menos beber”, lamentou.
Ela esteve na penitenciária no domingo e testemunhou a situação.
Até então, seu filho vinha consumindo água compartilhada do balde de outros presidiários.
“A situação é bastante precária. O complexo tem mais de 20 detentos por cela. Imagina como está o banheiro. Fede muito”, comentou.
“”LEVEI UM BALDE PARA MEU FILHO CAPTAR ÁGUA DA CHUVA E PODER PELO MENOS BEBER”
O Folha Z também conversou com uma esposa de um detento da ala C, que esteve no presídio no último dia 4.
Segundo ela, os banheiros estavam “imundos”.
“Cheiro de bosta, de urina. Nossa, a situação é lastimável. Uma porquice. Não encontra água nem pra beber.”
Causa do problema
A falta de água se deve ao rompimento da adutora que abastece a POG.
O problema ocorreu no último sábado, 3, e até agora não foi solucionado.
Ameaça
Segundo informações repassadas à reportagem, os detentos já ameaçam realizar um motim nas próximas 48 horas caso o problema não seja solucionado.
Estado
A reportagem entrou em contato com a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP).
De acordo com o órgão, a água não acabou no complexo, há apenas racionamento.
Devido ao rompimento da adutora, poços artesianos foram colocados em funcionamento até que a situação seja contornada.
Saneago
Em nota, a Saneago informou que oferece um reforço ao abastecimento da POG por meio de caminhões-pipa.
Segundo a companhia, este serviço é realizado diariamente e ocorre de forma regular.
A nota diz ainda que parte do fornecimento de água do complexo prisional é proveniente de um sistema próprio de poços, cuja produção e tratamento ocorrem internamente.
A companhia relatou que uma das bombas desse sistema estaria danificada, prejudicando o atendimento da demanda.
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