Com Aécio Neves no comando, o grupo de senadores que foi até a Venezuela ganhar os seus 15 minutos fama costuma ser implacável quando a presidente Dilma Rousseff emite opinião sobre questões internas de outros países. Esse é o dilema no Brasil: situação e oposição brigando por visibilidade internacional na imprensa e redes sociais enquanto os problemas cruciais do país seguem abordados de forma frágil e improvisada.
Senadores desinteressados
Os nobres parlamentares não estão interessados em visitar nossos presídios, hospitais, escolas e conselhos tutelares sucateados. Muito menos obras abandonadas há décadas ou então as recentes que tiveram como foco a Copa do Mundo. Quem sabe conferir de perto porque o projeto das UPP’s no Rio de Janeiro começa a naufragar. Os senadores poderiam conferir a péssima qualidade dos equipamentos da Ferrovia Norte-Sul, obra iniciada na década de 1980.
Mas, não. Certos temas já não “empolgam” a mídia e os formadores de opinião. Aécio, Caiado e companhia poderiam bater em Dilma – e por tabela em Lula – apontando superfaturamento nas obras de transposição do rio São Francisco, em ampliação de aeroportos pelo país afora e até mesmo na utilização política de certos programas, como o Bolsa Família. Tudo isso, porém, dá trabalho e esbarra em interesses de políticos aliados dos senadores nos estados.
Interesses político-eleitorais que tomaram conta da capital federal
Isso mesmo que você acabou de ler. O “monstro” Dilma de Brasília não tem o mesmo aspecto nefasto para os tucanos Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO), além do democrata ACM Neto (BA), todos preocupados em tocar suas administrações. Entre a cruz e a espada, políticos com vocação para o centro, como a senadora Lúcia Vânia, estão cada vez mais perdidos com o festival de interesses político-eleitorais que tomou conta da capital federal com três anos de antecedência.
Senadora goiana condena oposição raivosa
Lúcia deixou o PSDB apontando a oposição raivosa como um atraso não apenas para o governo, mas para o país. Assim como ela, outros parlamentares estão muito preocupados com o rumo da briga de bastidores entre Aécio, Caiado e Serra pelo posto número um anti-PT (Dilma e Lula no pacote). Marconi Perillo até gostaria de fazer parte do grupo, no entanto sua pretensão é motivo de piada em Brasília.
Mais de cinco mil municípios, 27 unidades da federação, problemas de toda ordem e o país continental se vê obrigado a observar seus representantes no Senado pular o muro para bater boca com o vizinho, alardeando incidente diplomático e tentando desgastar ainda mais a imagem da já combalida presidente. Esse é o retrato puro e cristalino do interesse republicano daqueles que interferem diretamente nos destinos da Nação.
Discussão sobre isso post