Por meio do promotor Milton Marcolino dos Santos Júnior, Ministério Público Eleitoral de Aparecida de Goiânia pediu o arquivamento de ação da vereadora Camila Rosa (PSD) contra o presidente da Câmara de Aparecida de Goiânia André Fortaleza (MDB).
A ação foi proposta pela parlamentar após ter seu microfone cortado por André em sessão de fevereiro deste ano.
Após o ocorrido, Camila abandonou o plenário e foi até uma delegacia registrar queixa por violência política.
Ao concluir o inquérito, em março, a Polícia Civil decidiu por indiciar o presidente da Câmara.
Mas esse não foi o entendimento do promotor Milton Marcolino.
Entendimento do promotor pelo arquivamento da ação de Camila Rosa
Para ele, Camila “se excedeu na discussão ao enveredar para acusações pessoais e vazias contra o presidente da Casa”.
Ele ainda deu sua opinião pessoal sobre o cenário político brasileiro, citando que há uma “polarização sem sentido e invocada em debates nos quais o orador não possui nenhum outro argumento que não a vitimização e a divisão da sociedade em grupos antagônicos com o objetivo de obter respaldo da opinião pública”.
Ao pedir pelo arquivamento, o promotor Milton Marcolino ainda argumentou que é comum que presidentes do Legislativo cortem microfone de quem faz uso da palavra.
“É ato privativo deste, não se configurando, assim, nenhum tipo de constrangimento/humilhação aos membros da respectiva casa. Se assim o considerasse, todos os presidentes deveriam responder, no mínimo, pelo crime de constrangimento ilegal”, alegou.
Agora, o pedido de arquivamento feito pelo MP será analisado pelo Judiciário.
Sobre o caso, Camila disse que recebeu a notícia com “estranheza”.
“Fiquei indignada com as palabras machistas do promotor. Isso confirma que é assim que mulheres são tratadas na sociedade e na política. Junto com minha assessoria jurídica e outros grupos que me apoiam, vamos lutar até o fim para que nós mulheres não sejamos silenciadas”, afirmou.
Relembre o caso:
‘Corta o microfone dessa vereadora!’, diz presidente da Câmara de Aparecida em debate sobre machismo
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