Em seu editorial de março deste ano, o jornal britânico “Financial Times” declarou que a crise econômica no Brasil é ruim e provavelmente piorará antes de melhorar. Esse cenário, que ainda não está muito claro para os analistas, preocupa gestores e desestimula a abertura de novos negócios. Porém, um empreendedor goiano injetou capital num setor complicado e, com inventividade, pesquisa e conhecimento, agora tem dificuldade para atender a toda a demanda.
Com 31 anos de idade e formação superior em teologia, Thialu Guiotti é o idealizador e gestor da Guiotti Comedoria. O nome, com sonoridade gourmet, tem a intenção de proporcionar uma experiência diferenciada e atiçar a curiosidade dos transeuntes. Mas o que seria, de fato, esse diferencial?
Segundo o empresário, a “comedoria” serve um mínimo de 300 refeições diárias, com 18 opções de salada, cozinha impecável e equipe muito bem treinada. Thialu ainda contou que o sucesso, em grande parte, se deve a esse atendimento (digno da alta gastronomia) aliado ao preço competitivo e higiene avaliada com nota 10 em todos os quesitos pela Vigilância Sanitária.
Análise
Guiotti lembrou que, antes de executar sua ideia de restaurante, avaliou bem a região. Ali, perto da Praça do Sol, teria 12 concorrentes bem próximos. Mas, em compensação, poderia suprir a demanda de três grandes prédios comerciais. “Ofereci uma refeição de qualidade para os executivos dessas empresas, que se deslocavam até o Marista ou outros pólos e gastavam R$ 70 com almoço. Além disso, recebi também os funcionários desses prédios, que podem comer bem com um ticket médio de R$ 14”, disse.
Motivação
Ostentando um portfólio que já tem quatro negócios bem sucedidos, Guiotti revelou que um empreendedor realizado não é aquele que expande e acumula fortuna. Para ele, esse empresário deve sempre buscar o próximo negócio que tirará do zero e levará para o lucro. “Essa é a minha motivação, não quero ficar estagnado”, comentou.
Com isso em mente, ele considera que o investidor precisa estar atento para identificar para quais serviços existe demanda em sua região. “Serviços como a alimentação são de primeira necessidade e sempre terão demanda, mas existem outros filões de mercado que ainda não foram preenchidos”, afirmou. Para Guiotti, em Goiânia, bufês, eventos, prestação de serviço e empresas de motoristas particulares são bons setores de investimento.
Na contramão, atividades ruins para colocar dinheiro são as grandes franquias. Segundo o empresário, essas empreitadas limitam o empreendedor, porque limitam suas possibilidades de ação e engessam a criatividade. “O empreendedor precisa se alinhar com as necessidades e características do local e do público alvo que vai atender, o que fica difícil se ele precisar seguir à risca as determinações de um contrato de franquia”, finalizou.
No entanto, como no mundo dos negócios não existe regra sem exceção, o que vale mesmo é o preparo, a criatividade e a gestão eficiente.
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