Véspera de feriado da Proclamação da República, e um leitor do Folha Z enviou para a caixa de entrada do e-mail ([email protected]) uma fotografia que ele mesmo havia tirado. Da janela de seu apartamento, o leitor capturou com sua câmera a imagem de um prédio em construção localizado ao lado de sua residência.
O que preocupou o cidadão foi a queda da estrutura do último andar da construção, a que estava sendo preparada pelos operários da Cemaco Construtora na ocasião. Outro morador das imediações, Rafael Mota, afirma que ele e sua família só ficaram tranquilos quando perceberam que a equipe de trabalhadores havia tomado o controle do problema.
Como parte do trabalho de zelar pelo bem da população, o Folha Z foi atrás de explicações. A construção está localizada na Avenida C-255, no Setor Nova Suíça, próxima à Praça Wilson Salles. Segundo funcionários da obra, o proprietário é o engenheiro João Alves Dantas, também responsável técnico. Trata-se de uma obra comercial pertencente ao grupo Swiss Participações Ltda, como mostra a placa de informações em frente à construção.
Esclarecimentos
Com a fotografia em mãos, o major Pedro Carlos Borges Lira, do Departamento de Minimização de Ameaças e Riscos (Demar) da Defesa Civil, dá sua opinião. Para ele, não se pode afirmar muito por uma imagem. “Não posso tirar conclusões apenas por uma fotografia”, disse. “Somente perícia aprofundada é competente para avaliar risco”. Segundo o major, a Defesa Civil age em circunstâncias de desastre e perdas graves. “Aparentemente, o que houve nessa construção foi apenas um colapso na estrutura”.
Crea
Rosana Brandão, gestora do Departamento de Fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) de Goiás, compartilha da opinião de major Pedro Carlos. Para ela, o transtorno nas obras não é digno de preocupação. “O que eu vejo é que os trabalhadores ainda não haviam feito a concretagem, o que estabilizaria a estrutura”, afirmou. “Provavelmente, o vento forte destruiu a estrutura antes que eles fizessem a concretagem”. Para ela, a única preocupação seria se o colapso tivesse afetado algum trabalhador ou cidadão, o que não aconteceu, como confirmou a engenheira Márcia Ferraz, uma das responsáveis pela obra.
Márcia afirma que o fato ocorrido não prejudicou a estrutura da obra, nem feriu operários ou outros cidadãos. “As lajes e pilares dos pavimentos inferiores foram monitorados no mesmo dia e solicitamos vistoria do projetista de estrutura”, disse. Para resolver o problema na estrutura, a engenheira afirma que a equipe substituiu escoramentos das vigas chatas por torres, diminuiu os espaçamentos das escoras e aumentou os travamentos. “Nós já concretamos duas lajes e tudo ocorreu dentro dos conformes”, finalizou Márcia Ferraz.
Maykol Vespucci
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