Goiás segue com 17 vagas na Câmara dos Deputados e 41 deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
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A decisão foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e acompanhada pela maioria da corte.
O ministro atendeu ao pedido do presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O chefe do Senado Federal fez a solicitação após não conseguir consenso para derrubar o veto do presidente Lula (PT) ao aumento de 18 vagas na Câmara dos Deputados.
Sem consenso e sem apoio para derrubar o veto, Alcolumbre pediu ao Supremo que qualquer alteração feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha validade somente para as eleições de 2030.
O pedido foi deferido.
Quase 40 anos de defasagem
A última redistribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados foi feita em 1993.
Os dados do último Censo, divulgado em 2022, mostram Goiás tem 7 milhões de habitantes.
O estado deveria contar com 18 cadeiras na Câmara dos Deputados e 42 cadeiras na Alego.
A título de comparação, o estado do Maranhão, que tinha 6.775.152 habitantes, tem 18 cadeiras na Câmara Federal e 42 em sua Assembleia Legislativa.
Isso mostra uma defasagem de 3 Censos (2000, 2010 e 2022) entre a proporcionalidade de cada Estado no Congresso Nacional.
Decisão e votações no Congresso
Diante do atraso, em 2013, o TSE chegou a emitir resolução sobre a redistribuição das vagas por estado com base no censo anterior, realizado em 2010.
No ano seguinte, entretanto, o STF declarou que a resolução era inconstitucional e definiu que caberia à própria Câmara fazer a divisão por meio de lei complementar.
Somente em 2025, o Congresso chegou a aprovar uma nova distribuição.
O projeto, contudo, aumentou a quantidade de vagas, de 513 para 531, para evitar a perda de cadeiras por estados.
Além de Goiás, foram prejudicados os seguintes estados:
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Santa Catarina e Pará (+4, cada);
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Amazonas (+2);
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Minas Gerais, Mato Grosso e Ceará (+1, cada).
Perderiam cadeiras:
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Rio de Janeiro (-4);
ANÚNCIO -
Bahia, Rio Grande do Sul, Piauí e Paraíba (-2, cada);
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Alagoas e Pernambuco (-1, cada).
O aumento das vagas foi articulado pelo presidente da Câmara Hugo Motta (PB), que buscou minimizar os impactos da perda de cadeiras do seu estado.
Tanto com a revisão, quanto com aumento de vagas, Goiás teria 18 cadeiras.
Como é feita a divisão da quantidade de vagas?
O número máximo de deputados é 70 (São Paulo) e o mínimo é de 8.
Conforme os dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a divisão é feita da seguinte forma:
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1º divide-se a quantidade de habitantes conforme o último Censo (203.080.756) pela quantidade de vagas na Câmara (513). O resultado é o Quociente Populacional Nacional (395.868).
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2º Divide-se a quantidade de habitantes de cada estado pelo número. Exemplo de Goiás. A população conforme o Censo era de 7.056.495. Dividindo pelo Quociente, o resultado é de 17,82. Como despreza-se a vírgula, são 17 cadeiras.
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3º Na fase anterior, 493 cadeiras foram divididas. As 20 cadeiras que sobraram são divididas entre os estados com a maior média (exclui-se o maior e os estados que tiveram quociente inferior a 8. Todos eles têm direito a 8 cadeiras, independente de atingir o número.
Assembleia Legislativa
Esse número está diretamente relacionado à representação nas Assembleias Legislativas.
O cálculo é o seguinte:
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1º número representa o triplo da quantidade mínima de deputados federais dos estados com até 12 deputados federais;
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2º Nas bancadas com mais de 12, após os 36 primeiros deputados, passa-se a equivaler ao número de 36 + 1 parlamentar para cada deputado federal (excedente aos 12).
Exemplo de Goiás: Goiás tem os 36 + 5 do excedente mínimo do cálculo de 12 deputados.
O resultado é justamente 41.
Caso o cálculo seja refeito, Alego passaria a contar com 42 deputados.
CONFIRA ABAIXO TODAS AS MATÉRIAS FEITAS PELA REPORTAGEM DA FOLHA Z SOBRE O TEMA:
Defasagem de 31 anos: segundo censo, Goiás deveria ter vaga extra na Câmara dos Deputados
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