A operação policial que investiga suspeita de fraudes na gestão do ex-prefeito Jânio Darrot (MDB) na prefeitura de Trindade, em 2013, surpreendeu o meio político na última 6ª feira (9), antes do Carnaval.
Especialmente nomes ligados à base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que trabalha para viabilizar o nome de Darrot na disputa pela prefeitura de Goiânia.
A estranheza surgiu pelo contexto da investigação surgir 11 anos após o fato ter acontecido, e em momento em que a pré-candidatura de Jânio é movimentada pela base.
Soma-se a isso, o fato da Polícia Civil de Goiás, responsável pela operação, responder a Ronaldo Caiado, um de seus maiores fiadores eleitorais.
À imprensa, o governador chegou a declarar que não conhecia detalhes da operação.
Entre aliados de Jânio, a suspeita é de manobra política para atingir sua pré-candidatura.
Sem recuo de projeto para Goiânia
Também surpreso pela operação, Jânio Darrot revelou que não esperava que as coisas chegassem a esse ponto, mas não vai recuar do projeto.
A prioridade é manter-se na disputa por Goiania, desde que não haja desgastes na imagem do governo e, por isso, o governador “tem de ficar à vontade para definir por qualquer nome”.
Jânio reconhecou, em entrevista, que a operação tem impactos políticos, mas garantiu que está tranquilo quanto à licitude das negociações investigadas.
Questionado sobre possível influência do grupo de Bruno Peixoto no processo, no entanto, ele preferiu “não fazer juízo” do caso.
Efeitos colaterais na corrida municipal
Manobra ou não, a operação é um balde de água fria em uma pré-campanha com dificuldade de angariar apoio de aliados importantes, como Bruno Peixoto e o grupo irista dentro do MDB.
A candidatura de Darrot pode ter dificuldades para decolar ou ser minada, agora ainda mais frágil, após a operação deflagrada pela Polícia Civil.