Pastel de carne e queijo, biscoito frito, disco de carne, pão de queijo e bolo de cenoura. Estas são as delícias que fazem parte do cardápio da tradicional Lanchonete Oásis, no Jardim América, e que são muito apreciadas pelos frequentadores fieis do local, conhecido como Bar do Japonês. Weber Nunes de Paiva e sua esposa Nair Kushi comandam o negócio, herança deixada pelo pai de Nair, um japonês que montou a lanchonete na Avenida T-7, quando a região ainda nem era asfaltada, em 1974.
As receitas feitas hoje são as mesmas da época em que o japonês Sukenobu Kushi abriu a lanchonete. Segundo, Weber, elas são peças importantes do sucesso do negócio. “Depois que assumimos a lanchonete, quando meu sogro morreu, tentamos variar o cardápio, expandi-lo, mas os clientes gostam do lanche antigo, tradicional. É o que vende aqui”, declara Weber.
Conforme conta Weber, Sukenobu, que ficou conhecido como Antônio Japonês, veio para o Brasil quando tinha 30 anos, com o sonho de comprar uma fazenda. “Ele chegou a ter uma fazenda no Paraná, mas depois acabou vindo para Goiânia, onde teve a ideia de montar o negócio, que foi o primeiro do tipo na região”, lembra. Antônio Japonês casou-se no Brasil com uma japonesa.
Segredo do negócio
Quando o empresário morreu, a filha e o genro assumiram o negócio. Weber passa o dia todo trabalhando com as vendas e o atendimento aos clientes, enquanto Nair comanda a produção. O segredo do negócio, segundo Weber, é a soma dos itens bom atendimento, controle de qualidade e preço acessível. “Sempre digo aos meus funcionários que aqui o cliente é rei. Sou exigente com isso”, destaca.
A tradição é uma característica forte da Lanchonete Oásis, que recebeu este nome porque na época em que foi criada, a região onde foi construída se chamava Conjunto Oásis. “Temos clientes que lancham aqui hoje com seus filhos, que vinham com os pais deles quando eram pequenos. O ambiente é muito familiar”, conta Weber.
Taxistas, motoboys, políticos, serventes de pedreiro, empresários. Pessoas de várias classes sociais frequentam a lanchonete de Weber, e conforme diz, todos são atendidos da mesma maneira. “Muitos taxistas de Goiânia me conhecem e até o Prefeito Paulo Garcia já lanchou aqui”, falou.
Há apenas dois anos Weber resolveu instalar uma fachada com o nome da lanchonete. “Não pensei em fazer isso antes porque as pessoas sempre vieram aqui porque conhecem o local. A propaganda do meu negócio é feita pelos meus próprios clientes, que vão indicando para os outros”, revela.
AMT
Apesar do sucesso, o casal de empresários já teve de enfrentar problemas com o negócio. Há alguns anos a Agência Municipal de Transportes (AMT) proibiu o estacionamento ao longo da Avenida T-7 e por não terem onde estacionar seus veículos, muitos clientes deixaram de frequentar o local. “A AMT fiscalizava todos os dias a avenida, e isso afugentou um pouco os nossos clientes, que não tinham opções de local para estacionar. Chegamos a achar que teríamos que fechar”, recorda.
Mas graças à fidelidade da clientela, a lanchonete não faliu. “As pessoas foram dando um jeitinho de vir para não ficarem sem o lanche que elas tanto gostam”, conta orgulhoso. Weber diz que não pensa em montar outras franquias da lanchonete, pois acha que sem a presença dele fiscalizando tudo e atendendo os clientes o retorno não será o mesmo que tem agora. “O diferencial dos meus salgados é que são fritos na hora. Assim que vão sendo vendidos, vão sendo fritos e sou eu que coordeno isso”, explicou.
O Bar do Japonês – nome pelo qual muitos clientes chamam a lanchonete – abre às 6h30 da manhã e fecha às 18 horas. Apesar de ter recebido este apelido, não são vendidas bebidas alcoólicas e cigarros no local.
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