Num passado não muito distante, começaram a surgir jogos de celular. Todos bastante simples e primários, devido às limitações dos aparelhos da época. Poucos anos depois a tecnologia já evoluiu o bastante para hoje termos jogos de consoles como Grand Auto Theft: San Andreas e Bioshock em nossos telefones. Games que, diga-se de passagem, nem os vídeo games portáteis possuem.
Celulares e tablets, como plataforma de games, vem crescendo a cada ano que se passa em termos de vendas e relevância, assim sendo cada vez mais levados a sério por gamers, críticos e desenvolvedores. No entanto, mesmo diante de todo esse potencial, o preconceito de que a plataforma se resume a joguinhos Candy Crush, Angry Birds e Flappy Bird ainda persiste na cabeça de muita gente. Por isso resolvi fazer esse Top 10 de jogos de mobiles que são verdadeiras obras de arte e não deixam a desejar em relação a nenhuma outra plataforma. Lembrando os games abaixo não estão ordenados do melhor para o pior ou algum outro critério. Todos são excelentes e altamente recomendados.
Monument Valley
Disponível para: iOS e Android
Esse jogo te permite manipular o cenário fazendo um uso genial de ilusões de ótica para tornar possível o geometricamente impossível. Com um simples movimento a perspectiva muda, os planos se misturam e tudo se confunde (e encaixa), fazendo com que seu cérebro se contorça de uma forma deliciosa tentando processar de maneira lógica e coerente o que seus olhos captam.
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[Android – Aproximadamente R$10]
DEVICE 6
Disponível para: iOS
A única coisa que impediu esse jogo de ser um livro foi a forma ousada e única como a história é apresentada e contada. DEVICE 6 não possui mapa nem cenário, apenas texto, música, efeitos sonoros e, esporadicamente, imagens. Texto com o qual você interage de toda forma possível: Tocando, arrastando, girando o dispositivo… E assim a trama de suspense e mistério vai ganhando vida enquanto você encontra respostas (e, algumas vezes, mais dúvidas) e busca por pistas para resolver os puzzles e progredir.
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Nihilumbra
Disponível para: iOS e outros
Só os belíssimos gráficos feitos a mão, verdadeiras pinturas, já são o bastante para garantir a Nihilumbra o status de obra de arte. Mas além isso ainda há uma tocante história que mistura filosofia (niilismo), psicologia (culpa e depressão) e metáforas sobre a própria vida dos desenvolvedores, que estavam dando um salto de fé e arriscando tempo, dinheiro e até suas carreiras na criação desse jogo.
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Bastion
Disponível para: iOS e outros
Bastion conta a história de um garoto que acorda e descobre que o mundo acabou enquanto ele dormia. O roteiro é ótimo, mas o destaque vai para sua narrativa, que é imbatível por ter encontrado uma solução para o excesso de texto comum aos jogos de RPG: A narração. Uma voz narra todo o jogo, tanto suas ações quanto as informações que você precisa para compreender aquele universo, conhecer os personagens e descobrir os motivos pelos quais o fim do mundo aconteceu. O game é narrado do começo ao fim sem repetir uma fala sequer e sem se tornar cansativo, enjoado ou confuso.
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Don’t Look Back
Disponível para: iOS, Android
Por trás dos gráficos estilo Atari limitados às cores preta, branca e tons de vermelho, há uma experiência surpreendente. O jogo é simples e curto, mas, quando suas peças finalmente se encaixam, ele se revela pura poesia.
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Walking Dead The Game
Disponível para: iOS, Android e outros
O que fazer num mundo devastado e tomado por zumbis? Procurar por sobreviventes e se juntar a eles? Mas e se os humanos, movidos pelo desespero e pelo que tem de pior em si, puderem ser uma ameaça maior que os próprios mortos vivos? Esse é o mote de Walking Dead, tanto das HQs quanto do seriado. No game não é diferente, mas tem um grande diferencial: Você não assiste passivamente às escolhas dos personagens e sim as faz. Você entra de verdade na história sendo obrigado a tomar decisões difíceis (muitas vezes sem tempo para agir racionalmente) e arcar com suas consequências. Graças a um roteiro muito bem construído, esse jogo trouxe aos games uma dose de dramaticidade nunca antes vista.
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Machinarium
Disponível para: iOS, Android, Windows Phone, BlackBerry e outros
Um point & click que retrata um mundo feio de forma lindamente desenhada. A história é encantadora e a atmosfera é perfeita, mas tudo no jogo é transmitido ao jogador de forma não verbal. Não há uma palavra sequer para explicar quem é o protagonista, o que acontece ao longo da aventura e seu desfecho, mas mesmo assim quem joga entende perfeitamente.
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[Android – Aproximadamente R$11]
Superbrothers: Sword & Sworcery EP
Disponível para: iOS, Android e outros
Esse jogo proporciona uma experiência singularmente lúdica, subjetiva e surreal. Essa atmosfera de sonho é potencializada pelos gráficos que, embora sejam pixelados, possuem cores, profundidade e detalhes que tornam seus cenários mais belos que os de muito jogo realista.
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[Android – Aproximadamente R$11]
Limbo
Disponível para: iOS e outros
Um jogo menino sozinho andando por uma floresta assustadora e repleta de perigos mortais. A premissa de Limbo foi executada com grande êxito em muito graças a seus gráficos sufocantemente sombrios e influenciados pelo expressionismo alemão. O uso de sombra e luz nos cenários é genial e a atmosfera de pesadelo que ele cria é ímpar.
Framed
Disponível para: iOS
Esse acabou de sair do forno, foi lançado na semana passada! Ele é nada mais que uma história em quadrinhos de temática noir, como filmes de detetive de meados do século passado. E quando digo que é uma história em quadrinhos, eu digo literalmente! Os acontecimentos se desenrolam conforme os quadrinhos, sempre o personagem que você “controla” se dando mal. E é aí que entra a sacada genial do jogo: Você pode mudar os acontecimentos mudando a ordem dos quadrinhos! Há outros jogos onde eu me senti jogando uma HQ, como Comix Zone e Wolf Among Us, mas nunca de forma tão literal quanto Framed.
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André Garcia é escritor, poeta, membro da Academia de Artes de Cabo Frio e gamer
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