A realidade financeira do Governo de Goiás pode ser comparada a uma pessoa doente que inspira cuidados. Basta um vacilo e o quadro clínico volta a se agravar.
Como médico, o governador Ronaldo Caiado prefere não correr riscos. Por isso determinou que a tradicional festa de réveillon, patrocinada pelo cofre estadual, não seja realizada na próxima terça-feira, 31.
Qualquer outra decisão seria difícil de explicar. O primeiro ano do Governo Caiado foi dominado por medidas duras, algumas impopulares. A triste herança tucana pautou discursos e entrevistas.
Optou-se pelo uso de um remédio amargo e duradouro. Abrir exceção para gastos vultosos nos festejos da virada do ano fragilizaria a bandeira da contenção de despesas.
Antes de priorizar datas festivas, o governador precisa colocar a casa em ordem. Gastos supérfluos se comparados ao pagamento de dívidas, retomada de obras e recuperação da malha viária.
O segundo ano de mandato, justamente pela escolha de um tratamento tão rigoroso ao “paciente”, representará um divisor de águas na primeira experiência administrativa de Ronaldo Caiado.
O governo de hoje necessitará emitir sinais de guinada para um quadro mais otimista. Isso vai afetar diretamente o humor da população de Goiás e dos aliados em ano de eleição nos 246 municípios.
O desafio do médico Caiado é prescrever as doses do remédio no tempo certo, controlando a ansiedade da base governista.
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