Sete anos e meio após o brutal assassinato do radialista Valério Luiz, a imprensa já compreendeu o recado: controle a sua opinião para não trilhar o mesmo caminho.
Esta é a sensação entre os jornalistas depois que o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, um dos mais respeitados em Goiás, alegou suspeição para não mais presidir o julgamento dos acusados pelo crime.
Para bom entendedor, o magistrado recorreu a expressões como “motivação íntima”, “nadando contra a maré” e “esbarrei em problemas fora do meu alcance”.
Sim, Jesseir Alcântara pulou fora do caso ao perceber que “forças ocultas” (esta expressão é minha) trabalham incansavelmente para que a verdade não venha à tona.
Os veículos de comunicação noticiaram o afastamento do juiz, com ampla repercussão, mas poucos profissionais ousaram opinar sobre o tema.
Sabe por quê? Medo é a resposta. Valério Luiz foi morto em função dos seus comentários contundentes, muitas vezes exagerados, no universo do futebol.
Guardadas as devidas proporções, fico aqui imaginando se jornalistas como Juca Kfouri (UOL) e Mauro Cezar Pereira (ESPN), ambos extremamente críticos, recebessem o mesmo tratamento.
Bastidores do TJ
Entre os acusados do assassinato estão Maurício Sampaio, apontado como mandante; Ademá Figueiredo, que seria o autor dos disparos; e três supostos articuladores: Urbano Carvalho, Djalma Silva e Marcus Vinícius Xavier.
Os “passos de tartaruga” na tramitação jurídica do caso Valério Luiz comprovam que a justiça está longe de ser alcançada.
Não restou outra saída ao advogado Valério Luiz, filho do cronista esportivo: recorrer ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Um trabalhão danado para contrapor as “forças ocultas” (repito a expressão) que atuam nos bastidores do Tribunal de Justiça de Goiás.
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