Polícia Federal e Ministério Público Federal revelaram que o desembargador Ronaldo Eurípedes recebeu uma caminhonete Toyota Hilux de presente do ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda.
A entrega do mimo se deu, segundo investigações da Operação 12º Trabalho, por intermédio de contratos fraudulentos (R$ 1,4 milhão) celebrados entre o Tribunal de Justiça e uma construtora controlada pela família Miranda.
Brito, Marcelo e Brito Júnior foram presos por pistolagem, peculato, corrupção passiva, coação de testemunhas e lavagem de capitais.
Berlinda
Não se trata de caso isolado, muito pelo contrário. O Poder Judiciário também encontrou seu lugar na berlinda por deslizes éticos na relação com Executivo e Legislativo.
Compreender a “atração” pela Hilux fica fácil quando o portal The Intercept Brasil torna público recente levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Foram investigados e comprovados 21 casos de venda de sentenças por juízes (7) e desembargadores (14). Os valores negociados oscilaram entre R$ 750 e R$ 400 mil.
Discordo da opinião de quem compara a divulgação dos dados como um tiro na credibilidade do Judiciário. Quanto mais transparência, respeitando o direito à defesa dos envolvidos, melhor para a sociedade.
Responsabilidade
Quem não deve, não teme. A mesma parcela de responsabilidade dos políticos (e apadrinhados) em desvios de recursos públicos deve ser cobrada dos magistrados.
Foi-se o tempo em que tudo era varrido pra debaixo do tapete. Expressões como “caixa preta” e “intocável” deixaram de fazer parte do universo jurídico.
Mas fica complicado defender conduta exemplar quando o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria ser o último sopro de equilíbrio do país, se vê perdido em desavenças pessoais e ameaças de morte.
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