Claudino Silveira, o doutor do sertão da Rádio Difusora de Goiânia, nos deixou na noite de Natal aos 80 anos.
Ele e o seu inesquecível “Mourão da Porteira” fizeram história na vida de milhares de goianos.
A madrugada e os fins de tarde eram mais aconchegantes quando embalados por um locutor de voz firme, mas serena.
55 anos de microfone dedicados à música sertaneja raiz e ao tratamento cordial para com seus ouvintes.
Justamente por ser diferenciado, Claudino Silveira recebia o tratamento de “mais querido comunicador sertanejo”.
Convivi por 3 anos com Claudino na Rádio Difusora. Tempo suficiente para compreender a sua dimensão no rádio.
Tinha enorme respeito por aquele profissional que demorava um pouco mais no estúdio enquanto organizava uma infinidade de cartas.
Ele sabia da importância que os recados representavam aos seus ouvintes. Palavras tristes, alegres, informes, tudo ganhava credibilidade na voz do doutor do sertão.
Homenagens
Deixei a emissora na década de 1990, mas continuei acompanhando Claudino Silveira. Assim como faço hoje em dia com Lázaro Santos (Terra FM) e Justino Guedes (Sagres 730).
Tivemos alguns encontros casuais no âmbito público – como advogado atuou na Procuradoria do Município de Goiânia – e ele sempre com a mesma discrição e elegância.
Por amar o rádio como poucos, Claudino sofreu muito na última década. A aposentadoria, um acidente e complicações de saúde lhe causaram enorme depressão.
Esse afastamento do microfone, entretanto, permitiu que muitos dos seus fãs viessem a homenageá-lo em vida.
Cantores, locutores (entre eles Justino Guedes, que foi seu operador de áudio), ouvintes e a Rádio Difusora exaltaram o carisma e o profissionalismo do “mais querido comunicador sertanejo”.
De minha parte, agradeço ao Divino Pai Eterno a breve convivência com Claudino Silveira.
Como bem destacou um texto de Marcos Costa, “Claudino curava nossas saudades, de pessoas e lugares”.
Fica o exemplo de um caboclo imensamente fiel às suas origens e aos seus ouvintes.
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