Solenidade de entrega de medalha é sempre um assunto polêmico. Discute-se critério, quantidade e mérito no rastro da escolha dos poderes Executivo e Legislativo.
Os autores das homenagens e os homenageados não conseguem escapar ilesos de críticas sobre a necessidade e eventuais gastos com a realização do evento.
Os comentários mais ácidos partem dos profissionais de comunicação com expressões do tipo: bajulação, perda de tempo e desperdício de dinheiro público.
Mas e quando os representantes da imprensa assumem o papel de protagonistas? Muda a maneira de encarar a homenagem?
Foi com esse argumento que o deputado estadual Henrique Arantes (MDB) subiu à tribuna para reclamar das críticas recorrentes às solenidades de entregas de medalhas e diplomas na Assembleia Legislativa.
“A imprensa só aprova homenagens nessa Casa quando os homenageados são jornalistas”, disparou.
Relevando certo exagero, Henrique Arantes tem sua parcela de razão.
Ele joga luz sobre uma incoerência que tomou conta da grande maioria das redações.
Reconhecimento
Vamos aos fatos. A mais recente sessão em homenagem a jornalistas na Assembleia foi promovida pelo deputado Jeferson Rodrigues (Republicanos) no dia 29 de agosto.
44 profissionais de comunicação (rádios, tevês, jornais, assessorias, sites e blogs) receberam certificados de Mérito Legislativo.
“A categoria, às vezes, não tem o reconhecimento que merece. Quantos comunicadores já foram perseguidos por contrariar interesse de poderosos?”, questionou Jeferson.
A solenidade cumpriu o roteiro habitual: discursos inflamados, entrega dos certificados, fotos e vídeos a perder de vista.
Entre jornalistas homenageados pela Alego, 4 são de Aparecida
Relevância
Agora fica a pergunta: qual é o real sentimento do jornalista ao cobrir evento semelhante direcionado a outra categoria?
Homenagem a 44 garis, 44 assistentes sociais ou 44 auxiliares administrativos? Com raras exceções, a resposta segue o mesmo padrão: não há relevância e o número é exagerado.
Sendo assim, nobres colegas, jamais esqueçam do questionamento do deputado Henrique Arantes na próxima crítica a solenidades “desnecessárias” na Assembleia Legislativa.
Não existe categoria profissional imune à busca pelo reconhecimento. Tenho certeza que os certificados e as fotos foram compartilhados com familiares e amigos.
Pau que dá em Chico dá em Francisco.
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