Obras espalhadas por Goiânia, dois dias consecutivos de chuva e as orelhas do prefeito Iris Rezende e do secretário Fernando Santana (SMT) não param de arder.
O motorista da capital, com razão, alega estar abandonado em meio a desvios, congestionamentos e semáforos pifados.
As avenidas T-7, T-9, T-63, Castelo Branco, Goiás e Rua 88, entre outras, se transformaram em palco inflamado de reclamações e xingamentos na manhã desta quinta-feira, 26.
Como havia ponderado neste espaço, há duas semanas, é público e notório que a Secretaria Municipal de Trânsito não dispõe de efetivo suficiente para administrar tamanho impacto de intervenções.
6ª maior frota
Cerca de 250 agentes são responsáveis pela fiscalização nas ruas, quando mais de mil seria o número necessário em função de Goiânia contar com a sexta maior frota do país.
Estamos falando de 650 mil carros e mais de 300 mil motocicletas, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos Municípios em 2018.
A SMT engatinha em sua mínima estrutura e se vê obrigada a assumir obrigações gigantescas de fiscalização. O complexo viário Jamel Cecílio, na região sul, é o mais badalado do momento.
Some-se a ele as intermináveis obras do BRT, incluindo a trincheira no cruzamento da 90 com a Jamel Cecílio, o prolongamento da Marginal Botafogo e a ponte da avenida T-8.
Pavimentação
O prefeito Iris Rezende ainda anuncia a disposição de começar, até o final do ano, a troca da pavimentação asfáltica em mais de 600 vias da capital ao custo de R$ 400 milhões.
O somatório de todas essas ações administrativas pode ser resumido numa única observação: avanço de um lado e estagnação do outro.
A tão desejada mobilidade urbana, como sempre é abordada e depois esquecida nas campanhas eleitorais, também carece de grandes investimentos em contingente humano e engenharia de trânsito.
O motorista goianiense sonha acordado com a substituição dos sinaleiros defasados, sincronização semafórica e redução da distância entre a realidade das ruas e a visão da engenharia de trânsito e mobilidade.
Há um longo caminho a ser percorrido. Mesmo necessárias, as obras de infraestrutura não fazem milagre.
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