Bem ou mal, Credeq será vitrine para GO
Seis anos após abrir a boca em campanha eleitoral e prometer algo que não imaginava ser tão complexo para colocar em prática, o governador Marconi Perillo (PSDB) já dispõe de um Centro de Recuperação de Dependentes Químicos (Credeq) pra chamar de seu. Demorou muito, mas o tucano não poupou adjetivos para justificar o gasto com a obra, bem superior a R$ 30 milhões quando somadas a estrutura física e a aquisição de equipamentos.
Sob fogo cruzado
O Credeq nasceu polêmico, recebeu apelido de “Safadão” pelos dois anos concluído e encostado pelo Governo, e vai continuar sob fogo cruzado até que seja capaz de produzir avanços substanciais na área do tratamento de dependência química em Goiás. Marconi quer transformá-lo em modelo para o país, nos moldes do Crer, porém pode ter dado um tiro no pé ao carregar na ostentação do projeto. Negativa ou positivamente, é certo que o Credeq vai projetar Goiás no cenário nacional.
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O discurso
“O Credeq é um dos melhores projetos para recuperação de dependência química do mundo. Será uma vitrine para o país, uma verdadeira revolução. A unidade é uma providência real para que o tratamento seja feito com excelência. O Credeq aliviará o sofrimento de muitas mães e pais e devolverá a dignidade a uma parcela significativa da sociedade”. (Marconi Perillo, governador de Goiás)
A imponência
A controvérsia
No dia da inauguração do Credeq, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o protocolo de regulação das vagas ainda está sendo discutido. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) também não souberam informar como vai se dar a indicação dos pacientes.
A crítica
“O modelo de Credeq não se enquadra na política de saúde mental. Os recursos gastos com a obra seriam suficientes para a estruturação da rede de atenção psicossocial em todo o Estado. Trata-se da comunidade terapêutica mais cara do Brasil, uma agressão à saúde mental patrocinada com recursos públicos”. (Haroldo Caetano, promotor de Justiça).
Os questionamentos
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