O ano de 2014 registrou grandes mudanças no universo televisivo; até revolucionárias, se considerada a estagnação do setor na última década. Neste ano, consolidaram-se definitivamente os serviços de streaming como uma plataforma popular de acesso às produções, além de uma volta dos grandes produtores e atores de Hollywood para a TV. E, para entrar definitivamente no clima de fim de ano, aqui vai a lista com as 10 melhores coisas da TV em 2014.
A falta de convencionalismo em “You’re the Worst”´é o melhor que qualquer comédia romântica de meia hora poderia atingir. Nas outras oportunidades em que citei a série na coluna, já falei sobre a qualidade do roteiro e também do elenco, combinação que resultou em personagens críveis e extremamente engraçados. Apesar da acidez dos protagonistas, românticos, não se desesperem: vamos “shippar” Jimmy e Gretchen até o final!
9. “Cosmos: A Space-Time Odyssey” (FOX)
Retornando à clássica série da década de 80, estrelada por ninguém menos que Carl Sagan, “Cosmos” é um alento para quem gosta de ciências (física, astronomia, biologia e química), mas é leigo em tudo isso. A princípio, combinação era muito estranha: FOX, Seth MacFarlane como produtor e Neil deGrasse Tyson com apresentador. Mas o que se viu foi um show de extrema qualidade, com roteiro acessível, visual estonteante e uma profundidade raramente vista na pequena tela.
8. “Vikings” (History Channel)
O drama épico que narra a história de um dos povos mais importantes do continente europeu esteve entre os pontos altos do início do ano. As batalhas sangrentas, o choque de culturas, a interessante posição das mulheres na sociedade viking e a mitologia nórdica fizeram da série algo essencial. O retorno da segunda temporada foi ainda mais tenso e os 19 episódios já transmitidos fazem a maratona de “Vikings” ser uma boa pedida para essas férias.
Já preconizo e admito, esse é o ponto mais polêmico da lista. A adaptação de uma obra literária encabeçada pelo ilustre Damon Lindelolf (“Lost”) não atingiu a todos da mesma maneira. Mas não há como negar a sensibilidade da série, que, em alguns momentos, chegava à crueldade e deixava o expectador no limite da sua tolerância. A trama etérea, mas bem amarrada, em que 2% da população mundial simplesmente desaparece do nada virou plano de fundo para personagens maravilhosos e embates emocionantes.
Assim como a número 7, “Hannibal” foi extrema. Tudo na série é exponenciado para provocar os sentidos de quem assiste: a violência, o sangue, o frenesi, a gráfica relação com a culinária, as cores e até a trilha sonora, pontuada por melodias dissonantes e desagradáveis. Apesar da dificuldade que é assistir ao seriado com uma expressão normal (não recomendaria uma maratona muito intensa), é deslumbrante o que ele entrega no final. Aqui vão palmas acaloradas para essa equipe incrível: Mads Mikkelsen, Hugh Dancy, Laurence Fishburne e Bryan Fuller. (E o sonho de ver Hannibal Lecter no MasterChef?).
Parte 2
A segunda parte dessa coluna, com o Top 5 do ano e outras menções honrosas, já foi ao ar. Confira aqui: Melhores da TV em 2014 (Parte 2)
Marco Faleiro é estudante de jornalismo e já tem mais de duas mil horas de seriados assistidos – [email protected]
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