Vida e morte por um “chupão” no pescoço
De tudo que li na manhã desta segunda-feira, uma notícia me chamou atenção: a morte do adolescente mexicano Julio González, de 17 anos, em decorrência de um “chupão” no pescoço dado pela namorada de 24 anos. Difícil acreditar que a força da sucção causou um coágulo, segundo os médicos, aproveitando a corrente sanguínea para provocar uma embolia cerebral. Julio já chegou sem vida ao hospital. O episódio mexicano trouxe à tona recordações de um fato semelhante, porém longe de um desfecho trágico (ufa!).
Empolgação de sábado à noite
Em 1985, então com 16 anos, fui convidado para uma festa no Clube dos Sargentos, no setor Sul. Lá chegando deparei-me com uma bela jovem que foi com a minha cara, ignorando alguns anos de diferença entre nós. Dançamos, bebemos e fomos parar no estacionamento – bons tempos em que era possível namorar com segurança no interior do veículo. O entusiasmo inicial deu lugar a uma preocupação sem fim: levei chupões no pescoço e unhadas nas costas de toda ordem. O tamanho do “estrago” só foi percebido na manhã seguinte.
Sonhos interrompidos
Com marcas enormes no pescoço, enfrentei por três dias, em casa e no colégio, um misto de constrangimento e alegria típica da idade, afinal eram a prova inquestionável de que o adolescente estava se dando bem numa sociedade machista. Hoje descubro que os “chupões” poderiam ter interrompido prematuramente os sonhos de um futuro jornalista. Fico imaginando qual trajetória estava reservada para Julio González. Mais um exemplo de que para morrer, basta estar vivo. Culpar a namorada pela fatalidade é de uma ignorância sem tamanho. Quem nunca…
Prisões temporárias, solturas autorizadas pela Justiça e agora suspeita de suicídio. Enquanto o governo estadual trabalha para esfriar os desdobramentos da Operação Decantação na Saneago, os fatos tendem a aumentar a tensão entre os envolvidos. A morte de Claudionor Francisco Guimarães Filho, supervisor de qualidade da companhia, é a prova mais contundente da proporção do rombo e do desespero pessoal e político que a investigação está provocando. Taveira, Afrêni, Robson e Nilvane já deixaram suas celas, todavia o “fantasma” das escutas telefônicas e eventuais delações premiadas não vão deixar ninguém em paz.
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