Esqueça tudo aquilo que você já leu ou ouviu sobre segurança pública até então. Marconi Perillo, José Eliton e uma meia dúzia de assessores iluminados apostam todas as fichas, a partir de hoje, no Pacto Social Goiás pela Vida e Segurança. Uma definição impactante para informar que o combate à violência será priorizado em 21 municípios que representam 89% dos crimes contra a vida e contra o patrimônio no Estado.
E pensar que, recentemente, esse mesmo governo deflagrou a Operação Tolerância Zero com a bandidagem em todos os municípios goianos, sob a tutela do vice-governador e novo xerife José Eliton. O tempo passa, o tempo voa e apenas uma coisa aperfeiçoa: o capricho dos redatores palacianos. Confira: “O novo pacto é uma conjugação de esforços intersetoriais e transversais entre órgãos públicos e sociedade para a prevenção à violência e à criminalidade”.
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Como se vê, no Governo de Goiás não há limite para imaginação. Enquanto isso o jornal Folha de S. Paulo lembra aos sonhadores que policiais chegam a fazer “vaquinha” para comprar água em alguns batalhões de Goiânia, sem contar o sucateamento de armas e munições. Em Quirinópolis, no sudoeste goiano, tem viatura que já deveria ter saído de circulação, causando constrangimento quando há necessidade de perseguição a suspeitos. A resposta oficial é de que foram investidos mais de R $ 40 milhões somente em 2015. Quem mais necessita de segurança, no caso a população, ainda não conseguiu enxergar avanços tão significativos.
O cidadão que paga os seus impostos, na capital e no interior, merece ser tratado com mais respeito e seriedade. A grande rejeição às pirotecnias da dupla Marconi Perillo-José Eliton não acontece por acaso. Os índices de violência em Goiás jamais serão reduzidos com solenidades ou pactos de qualquer natureza. A sociedade somente irá se envolver se o Governo do Estado fizer a sua parte, ampliando o efetivo e proporcionando condições favoráveis para o enfrentamento dos criminosos nos 246 municípios.
Enquanto isso não acontece, a única saída é suportar o bombardeio de frases de efeito: “O pacto representa nova etapa na área da segurança pública” ou “deflagramos o esforço coletivo pela paz social”. Tudo muito bonito, criativo, mas extremamente ordinário. O bandido agradece a fragilidade do colete de palavras como escudo para o cidadão indefeso.
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