Impossível saber o que mais surpreende: acidente na contramão com vítima fatal na movimentada BR-060, trecho entre Abadiânia e Alexânia, ou em plena Avenida Brasil, uma das mais movimentadas de Anápolis (foto abaixo).
Além das famílias chorando a perda dos seus entes queridos no intervalo de dois meses, as tragédias revelam que os riscos da direção imprudente potencializam o tamanho da epidemia de mortes no trânsito.
Com exceção do mal súbito, uso de medicamento controlado e distúrbio psicológico, casos bem restritos, matar alguém na contramão invariavelmente segue o roteiro da alta velocidade associada à irresponsabilidade, além da ingestão de bebida alcoólica.
É justamente por excessos desta natureza que o trânsito no Brasil mata cerca de 50 mil pessoas por ano e deixa aproximadamente 400 mil com alguma sequela.
O custo da epidemia desenfreada para o país, segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária, gira em torno R$ 56 bilhões.
Ação
E o pior: não existe por parte do Governo Federal um plano exequível sequer – a curto, médio e longo prazo – para reduzir o número de vítimas e o gasto de recursos públicos.
Nem mesmo campanhas institucionais estão sendo utilizadas, na quantidade necessária, como ferramentas para conscientizar a população dos riscos e das consequências da imprudência ao volante.
Tudo se resume a ações pontuais, semana do trânsito aqui e acolá, muitas vezes priorizando o único aspecto que provoca algum tipo de incômodo no motorista: o aumento no valor das multas e das punições aplicadas por infração.
Pouco, muito pouco diante de 50 mil famílias que visitam cemitérios ano após ano.
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