Dono da Delta Construções, o empreiteiro Fernando Cavendish se tornou o centro das atenções depois de detalhes sobre a negociação para a sua delação premiada terem sido divulgados pela mídia nacional. Cavendish afirmou poder comprovar presentes caríssimos e propina direcionados a políticos com o objetivo de favorecer suas empresas em licitações públicas.
O empresário citou contratos de R$ 276 milhões da construtora Delta em Goiás, o governador Marconi Perillo (PSDB) e outros políticos do PSDB e do PMDB. Preso pela Operação Saqueador em junho deste ano, Cavendish atualmente está em prisão domiciliar.
Por meio de nota, o Governo de Goiás afirmou que “as informações apresentadas não têm a menor procedência”. O comunicado ainda destacou que a construtora citada “é conhecida pela estreita relação com o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), adversário histórico de Marconi em Goiás”.
Sobre as licitações, a nota afirma que a Delta foi vencedora em duas disputas para a reconstrução de rodovias durante a gestão Perillo que totalizaram R$ 43 milhões.
Já Iris disse por meio de nota que está “absolutamente tranquilo” em relação à delação. Sobre as licitações durante sua gestão, Rezende afirmou que “a empresa venceu concorrência pública e executou as obras no prazo determinado e pelo valor contratado”.
Anel
De acordo com reportagem do jornal O Globo desta quinta-feira, 20, o empresário Fernando Cavendish teria dado um anel de cerca de R$ 800 mil para o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). O objeto foi, posteriormente, presenteado pelo governador à então primeira-dama do Estado, Adriana Ancelmo, em seu aniversário.
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Cavendish revelou a informação com o objetivo de fortalecer seu pedido de delação premiada, ainda em negociação. Segundo ele, a joia foi comprada em uma famosa joalheria de Mônaco, na Itália. No relato, o Cavendish conta que Cabral o teria levado à loja, escolhido o anel e pedido que ele fizesse o pagamento. A promessa era de ressarci-lo posteriormente, o que nunca aconteceu.
A construtora Delta tinha contatos milionários com o Rio de Janeiro e recebeu, entre 2009 e 2010, R$ 538 milhões em contratos nos dois governos de Sérgio Cabral.
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