Apenas 30% do quantitativo da Guarda Civil Municipal (GCM) está nas ruas em Aparecida de Goiânia.
É o que afirma o Sindicato das Guardas Civis do Estado de Goiás (Sindguarda).
A categoria entrou em greve há 3 dias por melhores condições de trabalho.
Os grevistas estão reunidos na sede administrativa da GCM, no setor Garavelo Park.
O Folha Z conversou com o diretor de comunicação do Sindguarda e porta-voz do movimento, o GCM Jackson Dionísio.
Segundo ele, os equipamentos fornecidos para os guardas são defasados e insuficientes e o salário-base é baixo.
A Prefeitura de Aparecida, porém, afirma que atendeu os pedidos da Guarda e que apenas uma minoria continua insatisfeita.
Equipamentos
De acordo com Dionísio, a escassez dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) resultam em risco de vida para os agentes.
“Alguns guardas compram coletes balísticos com o próprio dinheiro”, disse.
Além disso, o armamento usado pela guarda é composto apenas por revólveres de calibre 38, doados pela Polícia Militar do Distrito Federal, conforme relatou Dionísio.
As viaturas também seriam insuficientes para o trabalho.
Entre os 19 veículos disponíveis, do modelo Volkswagen Gol G5, apenas 4 estariam em condição de uso.
Salário
Outra reclamação dos guardas é em relação ao salário.
Segundo Jackson Dionísio, a remuneração dos profissionais chega a um máximo de R$ 3.200, contabilizando as horas extras, que dependem da solicitação da prefeitura.
Em contrapartida, a revindicação da categoria é que um salário-base seja fixado.
Com a incorporação de benefícios como risco de vida, incentivo à profissionalização, quinquênio e adicional noturno, o valor deveria ser fixado em R$ 3.839.
“Cansamos de promessas não cumpridas”, resumiu o diretor de comunicação do sindicato.
Outro lado
De acordo com o procurador-geral do Município, Fábio Camargo, a prefeitura já debate melhorias com a GCM há 3 meses.
Na última quinta-feira, 21, um pré-acordo teria sido fechado com representantes do movimento.
A proposta da prefeitura é de elevar a quantia paga pelo risco de vida e implementar o plano de cargos e salários.
“A associação aprovou a proposta, mas o sindicato divergiu e não aceitou”, disse o procurador.
A contraproposta do Sindguarda seria a incorporação da gratificação do Regime Especial de Trabalho da Guarda Municipal (Retgm) ao salário.
Porém, segundo a procuradoria, a medida seria ilegal e, portanto, impraticável.
Sobre os equipamentos, o procurador apontou que já está em andamento o processo de aquisição de armamento.
“Já disponibilizamos 6 viaturas 1.6 novas, com giroflex e rádio, que não foram entregues devido à greve”, afirmou Fábio Camargo.
Com o impasse, a procuradoria agora pretende acionar a Justiça para declarar a ilegalidade do movimento.
“Não tem motivo para greve. Demos os aumentos e o que eles querem é ilegal”, relatou o procurador.
Ele ainda argumentou que a GCM, por ser uma força de segurança, não poderia paralisar suas atividades.
“O salário está em dia, dentro do mês. Apenas 20% aderiu à greve, um pequeno grupo que não deixa o pessoal trabalhar”, afirmou.
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