Na última quinta-feira, 22, em Buenos Aires, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que o afastamento ou renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) depois de 31 de dezembro e a consequente eleição indireta, via Congresso, representariam “um golpe dentro do golpe”.
Para ela, “Com o golpe de 1964 ocorreu algo parecido, ele só se concretizou mesmo em 13 de dezembro de 1968 [data do Ato Institucional-5, que endureceu o regime]. Também agora estamos vendo um longo processo de golpes, que começaram com a minha saída por meio de um impeachment fraudulento”.
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No entanto, Rousseff argumentou não esperar que Temer renuncie. “Acreditar nisso é uma ingenuidade, ninguém dá um golpe ilegal, ferindo e rasgando a Constituição, para depois renunciar. Quanto ao TSE, a chance que tinha de anular a nossa candidatura já foi, o tribunal já está em recesso. Além disso, não estava dentro do receituário dos golpistas tirar o Temer neste ano. Quando quiserem achar um motivo, eles acham, e se ficar para o ano que vem, é isso, vai ser o golpe dentro do golpe”, disse.
Eleição direta
Para Dilma, a única maneira de resolver a crise pela qual passa o Brasil seria a realização de eleição direita para escolher um novo chefe do Executivo. “O povo brasileiro jamais autorizou o congelamento dos gastos com educação e saúde por 20 anos, o povo brasileiro não pediu uma reforma que só permite a alguém aposentar-se depois de 49 anos de contribuição”, comentou.
Participando de evento organizado pela CLACSO (Conselho Latino-americano de Ciências Sociais), com participação disputada por estudantes, militantes de movimentos sociais e políticos ligados à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, a ex-presidente afirmou que o Brasil passa por um “ataque de fungos e parasitas que está corroendo nossa democracia”.
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