O deputado estadual major Araújo, do PRP, apresentou na última quarta-feira, 18, denúncia com o impedimento do governador do Estado de Goiás Marconi Ferreira Perillo, do PSDB. Os fundamentos são os mesmos que embasaram o impeachment da presidente Dilma Roussef, além da condenação por improbidade administrativa que pesa sobre o governador.
Em entrevista ao Folha Z, major Araújo afirmou que há documentos que comprovam pedaladas fiscais por parte do chefe do Executivo. Segundo o major, um relatório técnico da Gerência de Controle de Contas, do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, aponta que o governador Marconi Perillo teria cometido as chamadas “Pedaladas Fiscais”, em 2014 (o último ano do terceiro mandato) ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal ao fechar as contas de governo com insuficiência de caixa e rombo na conta centralizadora de R$ 1,492 bilhão. O deputado major Araújo destacou que procurador do Ministério Público de Contas do Estado de Goiás (MPC-GO), Fernando Carneiro, foi quem afirmou que foram verificadas pedaladas fiscais verificadas no fechamento do mandato passado de Marconi Perillo.
Araújo disse ainda que o governador praticou ato de Improbidade Administrativa. “Ele foi condenado na 1ª estância à perda da função pública e a suspensão dos seus direitos políticos, conforme sentença do juiz Élcio Vicente da Silva da 3ª Vara da Fazenda Pública nos autos da Ação Civil Pública n.o 480703-53.2009.8.09.0051 (200904807031)”, disse.
A condenação foi proposta pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) que argumentou que houve promoção de campanhas publicitárias, no ano de 2004, inseridas na propaganda oficial do Governo de Goiás, para alavancar a candidatura de Sandes Júnior à prefeitura de Goiânia nas eleições daquele ano.
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O deputado fez questão de registrar ao Folha Z que, recentemente, representantes dos Ministérios Públicos Estadual (MP-GO) e Federal (MPF) encaminharam representação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) pedindo o afastamento do conselheiro Edson José Ferrari da relatoria das contas do governo estadual referentes ao ano de 2015.
Proximidade e gratidão
Na denúncia apresentada pelo deputado há um trecho que diz: “De acordo com tais entidades, há indícios de que o referido conselheiro mantém relação de proximidade e ‘gratidão’ com o governador Marconi Perillo, interessado direto no julgamento do qual o conselheiro é relator. A argumentação para o pedido foi baseada em gravação telefônica onde Ferrari dá a entender que agirá em favor do governador. Segundo o promotor Fernando Krebs, a conversa foi interceptada durante a Operação Monte Carlo, com autorização judicial, que investigou esquema de jogos ilegais comandado por Carlinhos Cachoeira”.
O deputado reafirmou que não tem dúvidas de que o conselheiro Edson José Ferrari atuava de forma a blindar o governador.
O Folha Z entrou em contato com integrantes da oposição. O deputado e presidente do PMDB de Goiânia, Bruno Peixoto, afirmou que o seu partido irá se reunir no início da próxima semana para analisar os fatos, mas “a priori somos totalmente favoráveis ao impedimento do governador Marconi Perillo”. O deputado Luis César Bueno declarou que a bancada petista avaliará a denúncia e dará um parecer no início da semana. A tendência é que o pedido seja arquivado pelo fato de a base governista ter ampla maioria no Legislativo.
Defesa
Após a apresentação da denúncia, a base governista saiu em defesa de Marconi Perillo. Argumentaram que não há fundamento no pedido do deputado, pois as finanças da atual gestão foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
‘Major quer fama, cinco minutos na imprensa’, diz deputado
Os parlamentares acusam major Araújo de apenas querer aparecer e ganhar fama. “Primeiramente nós vamos ter que analisar a peça do major Araújo para saber se é pertinente. A Mesa Diretora vai avaliar o pedido. Estamos tranquilos caso vá para votação. Temos ampla maioria. Mas vejo que quer ganhar cinco minutos na imprensa, de fama. Não tenho dúvida que o processo será arquivado. Todas as contas foram aprovadas no TCE e na Assembleia. Na minha avaliação, o processo é descabido”, destacou o líder do governo José Vitti (PSDB).
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