A Penitenciária Odenir Guimarães (POG), encravada na região leste de Aparecida de Goiânia há mais de 50 anos, vai permanecer onde está por tempo indeterminado.
A informação foi dada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, na última terça-feira, 8.
Como é um quadro técnico oriundo de outro Estado, escolhido pelo governador Ronaldo Caiado nas fileiras da Polícia Federal, o titular da SSP/GO colocou o dedo numa ferida pública que se arrasta desde a década de 1990.
Frase de Rodney Miranda durante entrevista coletiva: “Futuramente queremos fazer uma requalificação da unidade (POG) e ampliar o número de vagas”.
Impotência
Ninguém explicou ao secretário que o desejo número 1 dos moradores e autoridades de Aparecida de Goiânia é a transferência do complexo penitenciário – incluindo o prédio do regime semiaberto – para outro local.
Existe, na verdade, um sentimento de impotência e frustração diante dos sucessivos pleitos do município ignorados pelo Governo estadual ao longo de décadas.
Nem mesmo o prestígio de Maguito Vilela, ex-governador, ex-senador e ex-prefeito da cidade, foi suficiente para sensibilizar as autoridades competentes.
Motivos não faltam para o cidadão aparecidense “demonizar” o presídio. Entre eles, o principal: enorme prejuízo na atração de investimentos para uma área importante do município.
Dezenas de negócios já deixaram de ser fechados nas proximidades da POG por conta das imagens, que correm o mundo, de constantes rebeliões de presos em estruturas defasadas.
Piada
O termo requalificação não se aplica a prédios superlotados, literalmente caindo aos pedaços. O conceito de ressocialização vira motivo de piada em meio ao depósito de pessoas.
A sina do município é continuar protagonizando intermináveis noticiários de apreensão de celulares, drogas e armas no presídio. Quem não se lembra do motel que começou a ser construído no local?
O cidadão, por sua vez, tem o dever de lembrar da imagem negativa da cidade toda vez que um político repetir a promessa de transferência em palanque.
O complexo penitenciário deve continuar representando, por muitos anos ainda, a “cabeça de burro” enterrada em Aparecida de Goiânia. Uma vergonha!
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