Há pouco mais de 10 anos, Marconi Perillo deixava o Governo de Goiás para concorrer ao Senado da República e inaugurava, às pressas, o inacabado Centro Cultural Oscar Niemeyer. O que era para se transformar em referência na área, virou motivo de piada por sequer viabilizar o funcionamento de uma biblioteca em suas instalações.
A salvação para a seara governista foi a atividade esportiva ter tomado conta do “Oscar”, como é chamado pelos frequentadores. Deu sentido a uma obra meramente eleitoral, conciliando sua agenda de eventos com shows na área externa.
Hábitos de se “reinventar”
Como Marconi Perillo tem por hábito se “reinventar” no terceiro e quarto anos de seus governos – depois de ignorar a maioria das promessas feitas em campanha – a bola da vez atende pelo nome de Circuito Cultural da Praça Cívica, roteiro que prevê remodelação e passeio pelos prédios históricos instalados no local. A bagatela do investimento, segundo estimativa da Secretaria de Educação e Cultura, atinge cerca de R$ 100 milhões. Não, você não leu errado. Valor extremamente elevado para o atual momento de crise que assola o país e, novamente, sem a menor garantia de término antes do prazo de desincompatibilização do governador, em abril de 2018.
Caprichos
Como a história costuma se repetir, é grande a provabilidade de outra obra ser entregue às pressas, inacabada, simplesmente para atender os caprichos do governante de plantão. O tempo passa, o tempo voa, mas nada muda quando o interesse eleitoral fala mais alto. Lá se vão quase 20 anos da mesma estratégia e até o momento tem funcionado cem por cento no convencimento do eleitorado goiano. Marconi aposta todas as fichas em novo sucesso na busca pela vaga ao Senado e, de quebra, no empurrão da candidatura de José Eliton ao Palácio das Esmeraldas. O tempo, que um dia foi novo e hoje envelheceu sobremaneira, continuará sendo o senhor da razão.
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