Sebastião Justo foi eleito o novo presidente da subseção de Aparecida de Goiânia da Ordem dos Advogados do Brasil com 294 votos (5 a mais do que o 2º colocado, Eudis Filipe).
Ao repórter Marco Faleiro, da Folha Z, ele contou sobre suas origens como filho de feirantes na cidade e dos seus planos para a advocacia aparecidense a partir de 2022.
Quem é Sebastião Justo?
Tenho 31 anos, dos quais advogo há 7, e meu escritório fica na Vila Brasília [Escritório Fleury e Justo Advocacia & Consultoria], ao lado dos Correios. Sou casado com uma militar da aeronáutica [Nathália Dardeau] e sou filho de feirantes.
Inclusive, eu me formei fritando pastel na feira do Garavelo, onde até hoje meus pais trabalham.
Minha inspiração para o Direito veio do meu tio, que já foi presidente da seccional de Anicuns da OAB [Claudmar Justo]. Por isso eu sempre acompanhei as dificuldades do advogado do interior e decidi participar também da política classista, com foco na valorização da advocacia da cidade e independência total em relação a partidos políticos.
Qual é a sensação ao final da campanha? Foi difícil?
Foi uma campanha muito acirrada. Eu cheguei já na reta final, porque o candidato, a princípio, era o Ezízio Barbosa. Mas, como ele já tinha sido secretário municipal, o grupo decidiu escolher outro nome que não tivesse ligação com partidos.
Foi uma campanha sem dinheiro, sem comitê, mas com muito suor. Eu visitei todos os escritórios de Aparecida, todos os 1.900 advogados da cidade, adimplentes ou não.
Por isso eu digo que foi uma campanha cansativa, porque nós andamos Aparecida de ponta a ponta.
O senhor fez parte do grupo de Pedro Paulo de Medeiros, candidato de oposição que foi derrotado por Rafael Lara na eleição para a seccional estadual. O que significa daqui para frente essa posição?
A política ficou para trás, acabou na 6ª feira, às 5 da tarde. Agora não existe mais cor e vamos trabalhar todos juntos.
Essa é minha intenção, juntar forças para reconhecer as demandas do advogado goiano e colocar em prática as ações necessárias.
A derrota estadual foi uma surpresa?
Não falo em surpresa. Eram oponentes muito bons. O Pedro Paulo é extremamente preparado, mas o dr. Rafael Lara também muito bom.
O problema foi a divisão da oposição, que tinha vários candidatos.
Inclusive, hoje já existe até uma conversa para aglutinar esses grupos de oposição para as próximas eleições. Estou antecipando essa informação [risos].
O que tem em planejado para os primeiros meses da gestão em Aparecida?
Ainda não houve a transição. Mas, de imediato, a partir de janeiro, vamos conversar com a seccional para preencher todos as comissões nomeando advogados de Aparecida de Goiânia.
São 23 comissões e nós vamos colocá-las pra trabalhar, nada de cargos simbólicos.
Os advogados de Aparecida podem esperar novidades?
Sem dúvida. Eles podem esperar a valorização da advocacia, com mais respeito pela classe.
Mas o que o senhor chama de valorização?
Por exemplo: quando o polo empresarial for procurar advogados, ele vai ter opções para contratar aqui, ao invés de procurar em São Paulo.
Faz parte disso também o nosso planejamento para oferecer cursos de pós-graduação para os advogados, com preços melhores do que os praticados no mercado.
O que a seccional tem condição de fazer para o advogado em termos de estrutura e auxílio no dia a dia?
É um dos nossos planos de campanha. Vamos colocar servidores da OAB para auxiliar o advogado de início de carreira e até os advogados mais experientes no dia a dia, inclusive em questão de tecnologia.
Vamos fornecer informação sobre protocolos, salas para atendimento de clientes etc. E a seccional tem condição financeiras para isso.
E em relação aos estudantes e estagiários, é possível atendê-los também?
Com certeza. Nós vamos ter comissões voltadas para os estudantes e estagiários. Vamos elaborar cursos preparatórios para a OAB, por exemplo.
Outra ideia é oferecer cursos da OAB dentro das faculdades de Aparecida, por meio de parcerias que vamos travar.
O senhor pretende se envolver mais nas discussões do Executivo e Legislativo da cidade, questionando projetos de lei e cobranças de impostos, por exemplo?
Sem dúvida alguma. A partir de janeiro, assume um presidente que tem interlocução com todos os órgãos, seja prefeitura, tribunais, Ministério Público e outros.
Vamos questionar tudo que acharmos necessário, até porque eu não tenho pé amarrado com nenhum partido político.
2022 é ano eleitoral, podemos esperar uma OAB atuante ajudando a fiscalizar as questões eleitorais e até mesmo a postura dos candidatos?
A partir do ano que vem teremos uma comissão para fiscalizar o processo junto ao Tribunal Regional Eleitoral. Então com certeza nós vamos participar.
Qual será o foco a partir de agora?
Como eu falei, o foco é na valorização do advogado. Eu sou o presidente mais jovem da história da seccional de Aparecida e um dos meus pedidos ao Pedro Paulo, quando ele me convidou para ser candidato, era ter uma chapa formada por pessoas jovens e atuantes na cidade. Com isso em mente, nós queremos transformará a subseção da OAB Aparecida numa das melhores do Estado.
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