Você se lembra de algum representante aparecidense com destaque na administração estadual em tempos recentes?
Eu aposto que a resposta foi negativa. E já conto por quê.
A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia ainda não conseguiu vencer a pecha de Legislativo de cidade interiorana.
A Casa continua dependente da Prefeitura: um verdadeiro puxadinho da administração municipal.
Quem acompanha os (poucos) trabalhos nas sessões, percebe se tratar de uma Câmara que fiscaliza muito pouco, não tem autonomia e não representa o desejo do povo.
Para não ser injusto, há alguns raros casos de vereadores mais ousados que questionam o Poder Executivo.
E as consequências dessa impotência são graves.
Secretários vs Vereadores
Para os leitores do Folha Z, ficou claro nas últimas semanas o atrito entre vereadores aparecidenses e secretários do prefeito Gustavo Mendanha (MDB).
No fim das contas, o que pode ser concluído é que os auxiliares têm mais poder que os vereadores.
Enquanto, no resto do mundo, tem-se uma equivalência entre os poderes, em Aparecida a situação é diferente.
Na hierarquia política da cidade, aparece o prefeito no topo. Depois, os seus secretários. E só em terceiro entram os vereadores.
Isso ocorre porque a Câmara de Aparecida é ultrapassada, a maior parte dos debates não levam a lugar nenhum.
Lá, há muitas “briguinhas” entre vereadores, além de contratos obscuros, sem transparência.
A Casa, muitas vezes, parece até um picadeiro de circo.
Quem frequenta o órgão diariamente conhece bem essa realidade.
É por isso que a Casa não é respeitada pelos aparecidenses e os secretários, não escolhidos pelo voto, têm mais força do que os vereadores.
Representação estadual
Para se ter uma ideia, um dos mais bem-sucedidos aparecidenses com representação no governo estadual é o presidente do PSDB municipal, Chico Abreu.
Ele era vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Goiás (Codego) até assumir a presidência depois da prisão do titular, Júlio Vaz.
E o que representa a indicação para a vice? No meu entendimento, nada!
Essa irrelevância faz Aparecida não ter um destaque proporcional ao tamanho da sua população, a segunda maior do Estado.
Na representação estadual, Goiânia, obviamente, lidera.
A segunda posição, no entanto, fica com Anápolis, que tinha até recentemente o secretário de Desenvolvimento Leandro Ribeiro, vereador da cidade
Na sequência, disputam a posição Itumbiara, Rio Verde e Aparecida.
Convenhamos, faz sentido que a segunda maior cidade do Estado não tenha nenhum representante na Assembleia Legislativa?
Você não leu errado: Aparecida não elegeu ninguém para a próxima legislatura.
Em compensação, Anápolis elegeu dois: Amiltinho, do Solidariedade, teve 16 mil votos; Coronel Odair, do PP, teve 11 mil.
E Aparecida? Continua sem o protagonismo que merece o seu povo, batalhador e dinâmico.
LEIA MAIS: Vou ao MP se for preciso, diz vereador de Aparecida sobre secretário
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