Desgaste de Aécio
Não está fácil a vida do senador Aécio Neves (PSDB-MG) dentro do próprio partido. É o que afirma José Marcelo, colunista político do Folha Z Online, que cobre os bastidores de Brasília.
Acuado, o neto de Tancredo Neves sofre ataques de todos os lados, dentro do PSDB, e já vê como incerta a recondução dele, para o comando da legenda, na convenção de julho. De acordo com José Marcelo, o principal foco de resistência vem justamente do berço do tucanato: São Paulo, onde os correligionários estão mais insatisfeitos com o senador, de quem se esperava uma atuação mais vigorosa no Congresso, depois de ter disputado o segundo turno da campanha presidencial na última eleição.
Faltou agenda
Sem agenda positiva, o nome de Aécio Neves vem definhando entre os colegas. A avaliação entre os parlamentares é de que imprensa enxerga muito mais Aécio como nome da oposição do que os colegas. O mineiro, segundo um senador tucano, perdeu a força, o brilho e o vigor. Justamente por isso, já está cristalizada uma situação que havia sido apontada como possibilidade aqui, nesta coluna, no início do ano: a de que Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, acabariam batendo de frente, na disputa por espaço, na tentativa de serem lançados candidatos a presidente em 2018.
Preferem Alckmin
Na preferência dos tucanos, segundo um parlamentar, Geraldo Alckmin já tem larga vantagem, embora seja reconhecido o recall do nome de Aécio Neves, junto ao eleitorado. Nada que o tempo não corrija, segundo um tucano da alta cúpula paulista. De certo é que Geraldo Alcmin saiu na frente e apresentou seis sugestões de mudanças para a comissão que estrutura um documento que estabelece um novo pacto federativo, com redefinição das responsabilidades da União, estados e municípios.
Batalhas perdidas
O desgaste de Aécio Neves entre os tucanos pode ser medido externamente pelos confrontos públicos de opinião. O mais notório é justamente entre ele e Alckmin. Aécio foi taxativo no Senado, ao defender o fim da reeleição, defendida e implantada no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Reeleito duas vezes, Alckmin rebateu o senador nos jornais. “Como você explica que há 18 anos apoiou a reeleição e agora, sem que o assunto estivesse na ordem do dia, você acaba com ela”? declarou o ex-deputado. Aécio também ficou sozinho na defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff e viu os próprios colegas se insurgirem contra o posicionamento dele, que defende a redução da maioridade penal.
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