O brilho da cachoeira que não se apaga
A força de um personagem pode ser medida pelo tempo em que predomina a sua influência política. Neste aspecto o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, continua batendo todos os recordes de evidência em Goiás. O seu nome protagonizou na na última terça-feira, 14, bate-boca entre os vereadores Sabrina Garcês (PMB) e Jorge Kajuru (PRP) no plenário da Câmara Municipal. Sempre pelo mesmo motivo: respaldo financeiro para agentes públicos e profissionais de imprensa em articulações que envolvam os bastidores do poder.
Não há novidade na troca de acusações entre os parlamentares. Praticamente cinco anos após o início da Operação Monte Carlo, o nome Carlinhos Cachoeira ainda eleva os batimentos cardíacos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado. Estando ele atrás das grades ou não, afinal são mais de duas décadas de participação efetiva nas decisões dos governantes de plantão, interferência direta na atuação de bancadas parlamentares e influência em decisões judiciais. Não é pouca coisa para um limitado empresário anapolino, à época, que alavancou seus tentáculos a partir da Loteria do Estado de Goiás (LEG) na década de 1990.
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O embate na última terça, com graves acusações dos dois lados, foi na Câmara Municipal, mas poderia ter ocorrido na Prefeitura de Goiânia, Governo de Goiás, Assembleia Legislativa, Ministério Público ou Tribunal de Justiça. Faça você a sua escolha. Veículos de comunicação também devem ser inseridos nesta lista. Alguns colegas de profissão deitaram e rolaram nas mordomias proporcionadas pelo contraventor.
Em função da enorme quantidade de favores – legais e ilegais – e do arquivo mais explosivo (gravações e imagens) que se tem história em Goiás, Carlinhos Cachoeira permanecerá sendo o fio desencapado a tirar o sono dos agentes públicos no Estado, sob o olhar preocupado da sua bancada de jornalistas.
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