Depois de três jogadores passarem mal por causa do calor na partida entre Flamengo e Palmeiras, realizada no último domingo (16), em São Paulo, os confrontos das 11 horas do Campeonato Brasileiro terão atenção especial dos departamentos médicos dos clubes da Série A.
Os jogos da manhã têm sido sucesso de público, mas, em contrapartida, vêm afetando o rendimento dos atletas por causa das altas temperaturas.
No domingo, por exemplo, estava 30ºC em São Paulo na hora do jogo no Allianz Parque. O lateral Lucas, do Palmeiras, começou a sentir tontura e teve de ser substituído no intervalo. Já o atacante Dudu chegou a vomitar em campo. Do lado do Flamengo, Everton sentiu enjoo e precisou ser medicado.
“É algo que as autoridades do futebol precisam consultar os jogadores. Não questiono horário, mas a temperatura no gramado. As pessoas precisam ter mais responsabilidade em marcar jogos com temperaturas tão altas”, reclamou Lucas.
Mudança de rotina
Depois dos episódios de domingo, a diretoria do Palmeiras estuda pedir à CBF para não jogar mais no final da manhã. O médico do Flamengo, José Luiz Runco, afirmou que jogar neste horário não é bom para a saúde dos atletas. “É um horário que pode agradar ao público, ser bom para o business, mas precisa ser revisto. Para os atletas é muito complicado, ruim.”
O Grêmio foi o primeiro clube a pedir mudança de horário. A equipe gaúcha deveria receber o Joinville em Porto Alegre às 11 horas no último domingo, mas solicitou a mudança para 18h30. No próximo domingo, no entanto, a equipe vai enfrentar a Ponte Preta no Moisés Lucarelli, às 11h. A previsão indica que estará 30ºC no horário do jogo.
“A temperatura muito elevada altera o metabolismo do atleta e pode provocar danos à saúde como alteração da pressão arterial e da frequência cardíaca, e até desmaio. Os árbitros têm de ter a sensibilidade de parar o jogo para os atletas poderem se hidratar”, diz o médico do Grêmio, Márcio Dornelles.
O médico do São Paulo, José Sanchez, revela que “o ideal é que os jogos não fossem realizados nesse horário. Muda muito a rotina dos atletas”, garante.
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