Coluna de quinta-feira, 9, atualizada com resposta oficial da Secretaria Municipal de Saúde.
Pouco mais de dois meses se passaram e o grande tormento na Prefeitura de Goiânia continua sendo o tamanho do buraco financeiro deixado pela gestão passada. Pra todo lado que se olha existe um rombo de milhões, edificando o meio bilhão apontado na prestação de contas oficial. Agora nada justifica a penúria enfrentada por duas unidades de saúde tradicionais da capital: Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), na Vila Redenção, e Maternidade Nascer Cidadão, no Jardim Curitiba.
Débito com fornecedores
Segundo reportagem do “Jornal Opção” desta quinta-feira, 9, a Maternidade Dona Iris sofre com uma dívida superior a R$ 8 milhões apenas com fornecedores e deve suspender a realização de exames e consultas a partir da próxima segunda-feira. O débito referente a rescisões trabalhistas aumenta o valor em mais R$ 12 milhões, de acordo com informações prestadas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc), responsável pela gestão das duas maternidades. A dívida da Nascer Cidadão chega a R$ 2 milhões.
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Habilidade administrativa
Se o tamanho do rombo assustou a atual administração, o mínimo que deveria ser feito era a regularização dos débitos a partir de janeiro, como prometeu o prefeito Iris Rezende na Câmara Municipal. O passivo seria renegociado em respeito aos fornecedores. Nada disso vem sendo cumprido, comprometendo até mesmo a quitação dos salários de 600 servidores das unidades de saúde. Iris sempre se gabou por ter o dom de administrar, de “tirar leite de pedra” em gestão pública. Impedir a paralisação das maternidades, fato que penaliza o usuário do sistema de saúde, representaria uma demonstração inequívoca da sua habilidade em tomar decisões.
Confira a nota da Secretaria Municipal de Saúde sobre a questão:
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia esclarece que o termo de convênio firmado em 2012 com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FundaHC), para administração do Hospital e Maternidade Dona Iris e Maternidade Nascer Cidadão, prevê um valor estimado de repasse para a realização dos serviços acordados. Ao longo do convênio, houve ampliação dos serviços executados mediante celebração de termos aditivos, os quais culminaram em acréscimo de cerca de 113% em relação ao valor inicial do convênio.
A Secretaria, desde a gestão passada (setembro), não consegue repassar o valor acrescido. Em janeiro deste ano, ao ser identificado esse descompasso entre o valor e a disponibilidade financeira da Secretaria – e em cumprimento às cláusulas do convênio, a Secretaria solicitou junto à Fundação uma readequação dos serviços ofertados, enfatizando a priorização da manutenção da assistência completa ao parto e ao neonato com qualidade. Todos os meses os pagamentos realizados nesta gestão tem sido dentro do ajuste solicitado. A secretária de Saúde tem reforçado essa questão em reuniões frequentes com a Fundação.
O que a mulher goianiense tem de diferente das outras? Você já descobriu? Assista o vídeo! Uma homenagem da Prefeitura de Goiânia pic.twitter.com/VFQcsS5rHH
— Prefeitura Goiânia (@PrefeituradeGyn) 6 de março de 2017
Desafio “café pequeno”
Até o momento a Prefeitura de Goiânia já recebeu cerca de R$ 300 milhões referentes ao IPTU – bancando campanha publicitária de quase meio milhão – e tem encontrado alternativas para potencializar a comemoração de datas, como o Dia Internacional da Mulher, com vídeos e homenagens de qualidade duvidosa. Sinal de que o cenário não se encontra tão nebuloso como Iris Rezende tenta vender nas entrevistas. O desafio de encontrar uma alternativa emergencial para o funcionamento das maternidades está nas mãos do prefeito. Em outras épocas, uma tarefa chamada de “café pequeno” por ele próprio. A conferir.
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