Futebol goiano necessita de injeção de ânimo
Gostaria de pedir um discreto favor aos profissionais do departamento de esportes da TV Anhanguera, envolvidos na cobertura do Campeonato Goiano/2017: não subestimem a inteligência do telespectador. Expressões como “tudo leva a crer que teremos a melhor competição dos últimos tempos” e “o nível do futebol apresentado está acima da média” definitivamente não condizem com a realidade. É natural que o veículo de comunicação se esforce ao máximo para valorizar o seu produto, porém o tamanho e a qualidade do futebol goiano permanecem os mesmos. Numa escala de 0 a 10, no máximo nota 6.
Redução do número de clubes
A improvisação de times como o Rio Verde, inclusive, tem levado a Federação Goiana de Futebol (FGF) a admitir a possibilidade de reduzir o número de participantes nas próximas edições. Clube que representa município de médio porte não pode começar a competição com estádio praticamente abandonado e um time inteiro dependendo de regularização na véspera do início da competição. É muito amadorismo. Aparecidense e Anápolis, por outro lado, são a prova de que o investimento feito com profissionalismo gera retorno dentro e fora das quatro linhas. Ambos têm realizado grandes campanhas nas últimas temporadas.
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Aposta chamada Vila Nova
Não é à toa que a polarização Goiás/Atlético vem dominando o cenário futebolístico goiano há mais de uma década. Faltam novos protagonistas. E nesse aspecto a grande decepção é o Vila Nova, clube de torcida fanática e que está a dever uma campanha que honre as suas tradições. Muitos acreditam que este pode ser o diferencial de 2017, afinal o time colorado começou o campeonato bem mais inspirado do que os seus adversários da capital. Mas ainda é pouco, muito pouco para apostar numa competição vibrante, com alto grau de rivalidade e estádios cheios.
O campeonato goiano necessita, urgentemente, de uma sacudida, de uma injeção de ânimo. E sua origem não vai estar nas cabines de rádio ou tevê, deflagrada por profissionais ávidos por emoção, mas sim na organização e criatividade da FGF em sintonia com os representantes dos clubes. Algo precisa ser feito, urgentemente, sob pena do interesse do torcedor diminuir ainda mais.
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