É tanta gente envolvida na lista do ministro Edson Fachin (STF) que pouco importa citar nomes, quantias e apelidos desta nova etapa da Operação Lava Jato. Parte da mídia e redes sociais estão cuidando muito bem desta divulgação. As vísceras foram abertas de tal forma que o empresário Marcelo Odebrecht sentenciou: “Não existe eleição sem caixa 2”. Diante do grau de corrupção atingido e do desânimo da população, não seria o momento do Congresso Nacional radicalizar e estabelecer campanha eleitoral de 30 dias, duas semanas de propaganda e doações financeiras publicadas diariamente nos sites dos tribunais eleitorais?
Impossível restabelecer qualquer relação de confiança com o eleitor sem o uso de remédio amargo, tarja preta para enfrentar a corrupção. E o principal deles é o fim imediato do instituto da reeleição no Executivo, além de limitar a dois mandatos a permanência no Legislativo. As medidas podem parecer utópicas, impossíveis de serem aprovadas num Congresso Nacional corporativista, mas não existe outra saída para a atual geração política. Ou corta na própria carne, de maneira profunda, ou deixa o regime democrático sob risco.
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Ninguém sabe ao certo até onde vai a Operação Lava Jato. Nuvens pesadas também se aproximam dos tribunais de contas e do Poder Judiciário. O Supremo Tribunal Federal (STF) conseguiria sobreviver a uma investigação? Provavelmente não. Mas o foco agora está na conduta de centenas de políticos, cada qual respondendo por crimes revelados por delatores da Odebrecht. A luta é pela sobrevivência pública. Não mais do que 10% dos envolvidos deverão ter seus processos arquivados pelo STF. Um índice assustador.
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