Poderia estar dedicando este espaço hoje aos desdobramentos da grave agressão física cometida pelo capitão da PM Augusto Sampaio contra o estudante Mateus Ferreira na última sexta-feira. Ou mesmo ao casamento-ostentação da filha do governador Marconi Perillo no dia seguinte, em Pirenópolis. Dois fatos amplamente divulgados pela imprensa nacional, como não poderia deixar de ser. Mas a repercussão e os comentários relacionados à última coluna – “O sangue do Vila Nova e a frieza do Goiás” – obrigaram-me a mudar os planos e comentar novamente a final do Goianão/2017. Veja os gols do jogo abaixo.
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Taça quase na Serrinha
Quem leu na íntegra o texto postado no dia 28 de abril entendeu que o momento de maior entusiasmo do Vila Nova poderia esbarrar na frieza e na objetividade do Goiás no primeiro jogo da decisão. Dito e feito. O time colorado ficou com o maior volume dos lances e o adversário com uma vantagem de três gols que praticamente definiu o título – só mesmo os deuses do futebol para impedirem que a taça siga para a Serrinha. O bicho pegou feio num aspecto: a minha afirmação de que uma eventual conquista colorada seria benéfica para o futebol goiano. Sinceramente: escrevi alguma besteira, alguma aberração? Entendo que não.
Colorados frustrados
O equilíbrio era flagrante no clássico, mas o Vila Nova voltou a meter os pés pelas mãos. Mencionei que suar sangue era bobagem, bastava jogar mais bola do que o Goiás. Não foi eficiente e voltou a frustrar sua fanática legião de torcedores, ávida por um título regional desde 2005. Não sou funcionário do Vila Nova Futebol Clube, muito menos da Federação Goiana de Futebol. Pelo contrário. Jamais escondi neste espaço a minha admiração pelo Goiás Esporte Clube desde o início da década de 1980. Isso não me impede, entretanto, de almejar mais rivalidade e empolgação ao combalido futebol goiano.
Inferioridade latente
O tricampeonato esmeraldino será válido por dois motivos: manter a hegemonia estadual, numa espécie de compensação pelas frustrações em competições nacionais e sulamericanas, e zoar o “freguês” Vila Nova. Do lado adversário funcionaria como uma redenção, a retomada da auto-estima tão maltratada nos últimos anos. Minha torcida era por maior equilíbrio nas disputas locais em função do complexo de inferioridade do Vila Nova em relação ao Goiás. Mais claro, impossível. Acredito não ser necessário apelar ao desenho para alcançar maior compreensão.
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