Não há palavras para definir o estágio de loucura, conjugada com ausência de amor próprio, a que chegaram os seguidores da seita Essenium, comandada até 12 de março pelo “mestre” Diego Augusto Morais. Com base nos primeiros depoimentos colhidos pela polícia, a mansão localizada no Setor Marista foi palco de um roteiro absurdo: levitação, viagem astral, rituais satânicos e do “ sêmen divino ”. O líder espiritual abusou da hipnose e da malandragem para ludibriar cerca de 300 mentes vazias há mais de dois anos.
LEIA MAIS: Polícia Civil prende quadrilha que roubava em ônibus e terminais de Goiânia
Todas as “vítimas” – pessoas de classe média/alta com ensino médio ou nível superior – foram seduzidas pela evolução do espírito através da energia sexual. E ainda por cima pagavam 300 reais de matrícula mais 180 reais pela participação em cursos. Diego Morais forçou tanto a barra com feitiços, bruxaria e o copinho de sêmen que familiares precisaram interditar alguns de seus seguidores. Em outros casos houve traumas em jovens e separação de casais. “Ele copiou várias coisas de outras seitas”, resumiu uma das pessoas que deixou o grupo no ano passado.
O episódio Essenium é a demonstração inequívoca de que não há limite para a fragilidade da mente humana. A invenção maluca de um jovem ardiloso e persuasivo, com a participação de alguns coadjuvantes, foi suficiente para expor ao ridículo pessoas conhecidas da sociedade. E pensar que a proposta inicial da seita era consolidar uma fraternidade para estudar filosofia. Na realidade a “pilantropia” de um suspeito de estelionato – e relação sexual mediante fraude – ocupou o vazio na vida de agentes desocupados ou depressivos.
Acompanhe o Folha Z no Facebook, Instagram e Twitter
Discussão sobre isso post