Em entrevista exclusiva ao Folha Z, o goleiro Márcio falou sobre seus planos para 2018, a chance de subir com o Goiânia e sua expectativa de aposentadoria.
Ele sonha em se tornar o terceiro maior goleiro artilheiro da história. E, para isso, não falta muito.
Isso porque Márcio tem 39 gols marcados em sua carreira e divide a 6ª colocação com o peruano Johnny Fernández.
Para ultrapassar o búlgaro Dimitar Ivankov e o colombiano René Higuita, faltam apenas três gols.
Dessa forma, ele ficaria isolado no 3º, atrás apenas do paraguaio José Luis Chilavert (62 gols) e de Rogério Ceni, com seus impressionantes 132 gols marcados.
Entrevista
Confira o papo entre o FZ e o goleiro que marcou história com a camisa do Atlético Goianiense.
FZ: Animado por voltar a Goiânia?
Márcio: Animado. Tenho muita amizade por aqui, depois de 11 anos na cidade.
Quatro de 10 vagas para a Série A do Goiano. Goiânia tem boas chances?
Na verdade, é uma matemática que não bate muito. Abre mais opções, mas a concorrência também fica mais acirrada. Todo mundo, hoje, tem a mesma chance de acesso. Mas acredito que se o trabalho for feito honestamente e com uma boa base, tem grande possibilidade de o Goiânia voltar à Série A depois de todo esse tempo.
[Confira o primeiro gol, ainda em 2007, da carreira do goleiro Márcio abaixo]
O campeonato será só de pontos corridos, sem mata-mata. Você vê vantagens ou desvantagens nesse formato?
Acho que é bom. Prevalece a melhor equipe. Ano passado mesmo o Goiânia não subiu no mata-mata, mesmo fazendo uma das melhores campanhas. O futebol mundial é assim. São campeonatos de regularidade. Quem tem melhor equipe, melhor plantel e é mais organizado consegue chegar.
E sobre a responsabilidade de ser capitão, cobrador de pênaltis e principal figura do time e talvez do campeonato?
Estou preparado. Com 37 anos, já estive nessa situação de ser capitão e batedor de pênalti. É um caminho que já percorri. Mas é claro que, em uma nova equipe, é uma nova experiência que vai requirir da minha parte.
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E a parte física?
Vai ter bastante tempo ainda. Um mês até a apresentação e depois mais um mês de trabalho. Então é tranquilo, a gente consegue se preparar.
Quais são seus principais objetivos para 2018?
É passo a passo. Nesse novo desafio, o primeiro objetivo é chegar à Série A do Goiano. Mas posteriormente tem os individuais. Faltam poucos gols para eu alcançar uma marca história e ser o terceiro maior goleiro artilheiro do mundo. Desde que comecei a jogar futebol, nunca atropelei as fases.
Essa busca do recorde de goleiro artilheiro pode interferir na sua expectativa de aposentadoria?
Não. Na verdade, aposentadoria é algo que ainda não vislumbrei. Até porque me sinto bem, nunca tive nenhuma lesão. Então isso contribui muito.
Claro que a idade vem chegando. Mas, nos meus prognósticos, penso em jogar até os meus 40 anos. Então tenho mais uns dois anos e meio para tentar fazer três gols, então acho possível [risos].
E uma carreira fora das quatro linhas?
Não penso nisso ainda. Devo seguir, até por causa da convivência no futebol. Mas ainda não tenho nada pré-definido
Vou ser treinador, treinador de goleiros, gestor… Ainda não visualizei isso em mim. E só quando eu decidir, aí vou estudar para ser bom.
Porque não adianta só ter a bagagem de ter jogador futebol. Você tem que se preparar, se capacitar em qualquer que seja a área. Costumo dizer que não posso abrir uma padaria se não sei fazer um pão.
Você acha que os times de Goiânia têm sofrido uma crise de falta de sumidade no gol?
Na verdade, eu vejo isso como uma questão de fases. O goleiro tem muito disso. Ele às vezes está muito bem e depois passa por uma fase ruim.
E coincidiu de os goleiros dos goleiros não estarem passando por uma fase tão boa juntos nos três times. Mas isso é uma questão só de dar tempo e ter confiança.
Todos os goleiros que estão nos principais times da capital são bons e podem dar a volta por cima.
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