Mudança na antessala de Marconi causa burburinho
Governo tem dessas coisas. O que mais repercute em suas entranhas não são as manchetes estampadas pela imprensa ou comentários nas redes sociais, mas sim mudanças que envolvam personagens emblemáticos. O maior burburinho do momento no Palácio Pedro Ludovico Teixeira atende pelo nome de Glória Edwiges Miranda Coelho, exonerada do cargo de Chefe de Gabinete Particular do Governador na semana passada. Ela sempre privou da total confiança de Marconi Perillo, um relacionamento construído há décadas e que resistiu a inúmeros solavancos administrativos e políticos, crises e investigações do Ministério Público.
Discrição e lealdade extremas
As ordens de Glorinha, como é conhecida, sempre representaram a extensão de Marconi, poder identificado em dezenas de conversas telefônicas reveladas com autorização da Justiça. Por isso causou estranheza a exoneração da auxiliar, publicada no Diário Oficial do Estado, depois de tantos anos atuando com discrição e lealdade extremas. Nos bastidores, a informação é de que Glorinha apenas optou por seguir novo caminho e será remanejada para outra função administrativa. Além do salário bruto de R$ 18 mil, a servidora mais próxima de Marconi também recebia jetons mensais (R$ 2 mil) como conselheira da Prodago, empresa em liquidação.
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Patrão (quase) presidente
Hoje o mais famoso apresentador da tevê brasileira, Silvio Santos, está completando 86 anos de vida. Um dia voltado para homenagens e visita ao museu que retrata a sua história desde os tempos em que trabalhava como camelô. E pensar que tudo poderia ser diferente se o projeto político de Silvio Santos, de candidatar-se à presidência da República, tivesse logrado êxito em 1989. Sua candidatura foi impugnada pela Justiça Eleitoral uma semana antes da votação, quando alcançava 29% das intenções de voto nas pesquisas.
“Quem quer dinheiroooo?”
Milhões de telespectadores em todo o país comemoram até hoje a frustração política de Silvio Santos. Ele ficou distante da disputa entre o “caçador da marajás” (Collor) e o “metalúrgico do PT” (Lula) – vencida pelo primeiro – e não teve o status de patrão mais alegre e extrovertido da tevê abalado pelo desgaste natural do poder. Sem falar que um dos seus principais bordões – “Quem quer dinheirooooo?” – iria dominar a relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional a partir da década de 1990.
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