O término da semifinal entre Aparecidense e Vila Nova, 2 a 2 que classificou o clube colorado para a decisão contra o Goiás, foi apoteótico. Jogadores ajoelhados, vibrando com a torcida e prometendo suar sangue em busca de um título estadual após 12 anos de jejum. Reação natural para um time marcado pelo sofrimento em suas conquistas, porém desproporcional quando a única necessidade é jogar mais bola do que o rival. Há superioridade vilanovense no entrosamento e na determinação. Controlar o emocional passa a ser o grande desafio colorado diante de um adversário limitado, mas frio e objetivo em disputas regionais.
Não há dúvida de que o título nas mãos do Vila Nova faria um bem enorme ao futebol goiano. Se para o torcedor esmeraldino a taça é obrigação, uma espécie de compensação pelas decepções em torneios nacionais e sulamericanos, no Onésio Brasileiro Alvarenga a comemoração duraria, no mínimo, dois dias consecutivos. Já passa da hora de uma terceira força se intrometer na polarização Goiás-Atlético. Faltou competência aos clubes do interior (Goianésia, Anápolis e Aparecidense) para furar o bloqueio nos últimos anos. Caso não controle os nervos, o Vila Nova permanecerá na indesejada fila de espera.
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Em clássicos de grande rivalidade, o que menos importa são esquemas de jogo e comparações entre jogadores. O Vila, hoje, é melhor no papel. No retrospecto, o Goiás. Não há diferença no peso das camisas. Apesar do fanatismo colorado, as torcidas se equivalem. Com exceção de erro da arbitragem que possa influenciar diretamente no resultado, o título ficará nas mãos da equipe que melhor lidar com a adrenalina nas duas partidas. O clube colorado, neste aspecto, está aquém do rival. Um desafio e tanto pra quem não suporta mais ser chamado de freguês pelos esmeraldinos. O jejum está duro de engolir.
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